Resultado da união de um grupo de nove escritoras, a Associação de Autoras e Autores Campistas (AAAC) completou uma semana de existência ontem (11) e já com a ideia dos próximos passos a serem dados. A entidade foi oficialmente fundada na tarde do último dia 3, em cerimônia realizada na Academia Campista de Letras (ACL), no Centro de Campos. Na ocasião aconteceu, também, a posse da mesa diretora da associação, que não tem fins lucrativos e oferecerá assessoria a escritores. A próxima atividade a ser realizada, segundo a professora e escritora Marinéa Abude de Cerqueira Martins, presidente da AAAC, é a busca de apoio.

— Nós definimos que levaremos o projeto à Câmara Municipal de Vereadores para sabermos se poderemos contar com apoio da Câmara. Também, de início, iremos levar o projeto para duas empresas (um banco e uma rede de supermercados) que investem em cultura, em busca de apoio financeiro. O objetivo é termos apoio para que a associação comece a atuar cada vez com maior propriedade. E isso é uma parte importante da AAAC. Uma autora levando seu livro para conseguir apoio, pode até conseguir, mas não é fácil. Já uma instituição é mais forte para buscar um investimento. Nós, autoras e autores, juntos temos mais força — disse Marinéa.

A presidente da AAAC explicou que a associação foi criada por nove mulheres e inicialmente concebida para apenas autoras, mas que também conta com autores.

— A ideia da associação surgiu na última Bienal do Livro que teve em Campos, em 2016, quando cada uma de nós, fundadoras da AAAC, foi expor livros. Foi uma ocasião muito interessante, em que todas nós estávamos reunidas no mesmo local, porque teve um estande de autoras campistas nessa Bienal, sendo todas com livros sobre a cultura campista. Todas reunidas, a gente sempre conversava sobre as dificuldades de cada uma. Então, começamos a fazer encontros e surgiu a ideia da associação — contou Marinéa Abude de Cerqueira Martins.

— Porém, com pouco tempo algumas pessoas do sexo masculino perguntaram se poderia também haver autores. Resolvemos, então, incluí-los, o que explica o nome da associação. E já temos adesão de dois autores, que são Antônio Filho e Hélio Coelho.

Ainda de acordo com Marinéa Abude, o objetivo da AAAC é servir como canal de comunicação entre escritores naturais de Campos ou que moram na cidade. O objetivo é facilitar os caminhos do autor que busca lançar sua obra, mas não conhece os caminhos percorridos até a publicação. Sobre o apoio financeiro recebido, a associação visa revertê-los a publicações de livros tanto dos já membros quanto de futuros novos autores.

— Conversando entre nós nove, fundadoras, percebemos que quando publicamos nossos livros, o fizemos com recursos próprios. Cada uma encontrou dificuldades distintas em relação às várias questões ligadas aos trâmites para se publicar um livro. E a ideia é não enfrentarmos mais isso tudo sozinhas, em particular, mas sim se unir e se ajudar com a associação.

A AAAC terá reuniões uma vez por mês, na ACL.

— Trataremos, nas reuniões, pautas que serão pré-definidas. E a pauta da próxima reunião já está certa. Decidiremos sobre os trâmites e documentos necessários para a gente fazer o registro da associação em cartório. Depois, com isso devidamente resolvido, pensaremos em novos associados e apoio — disse Marinéa.

Para o presidente da ACL, Hélio de Freitas Coelho, a nova frente de união de escritores é importante para o mercado literário local. “Muita gente espera décadas para publicar seus livros justamente pela falta de contato com diagramadores e editoras. Com a iniciativa da associação, tudo ficará mais fácil”, falou ele.

Mesa diretora — A vice-presidência da AAAC ficou com a historiadora, professora e escritora Sylvia Paes. A primeira secretária é Carla Neto; a segunda secretária, Edda Barreto. A primeira tesoureira é Eleonora Sardinha Aguiar; a segunda, Ully Aguiar Knust. O Conselho Fiscal é formado por Jussara Ferreira, Carmem Eugênia Sampaio de Lemos Gomes e Cininha Maciel. Já a suplência do Conselho Fiscal ficou com Talita Batista.