“A Forma da Água” (The Shape of Water) foi o longa-metragem premiado como Melhor Filme no Oscar 2018. A obra, escrita e dirigida pelo mexicano Guillermo del Toro, ainda levou outras três estatuetas — Melhor Diretor, Direção de Arte e Trilha Sonora — na 90ª edição da principal premiação cinematográfica de Hollywood. A cerimônia aconteceu na noite desse domingo (4), em Los Angeles. “A Forma da Água”, que conta a história de uma faxineira que se apaixona por uma criatura aquática, esteve em cartaz nos cinemas de Campos no mês de fevereiro e também foi exibido no Cineclube Goitacá na última quarta-feira (28).

— Se esta noite você é um candidato que não está fazendo história, que pena para você — brincou o apresentador Jimmy Kimmel.

Em seu discurso na cerimônia, Del Toro falou sobre os personagens fora do padrão que exibe no filme e lembrou que é um imigrante vivendo nos Estados Unidos.

— A melhor coisa que nossa indústria faz é ajudar a apagar as linhas feitas na areia enquanto o mundo tenta deixá-las ainda mais profundas — afirmou.

O diretor mexicano também falou sobre a importância de “apagar fronteiras” e fez uma referência indireta à proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de construir um muro entre os Estados Unidos e o México.

— Eu sou um imigrante, como Alfonso (Cuarón), Gael (Garcia Bernal) e muitos de vocês. A melhor coisa no nosso setor é poder apagar as linhas, as fronteiras. Muros só vão piorar as coisas.

Eleita melhor atriz por sua atuação em “Três Anúncios Para um Crime”, Frances McDormand pediu que as outras indicadas na mesma categoria se levantassem e, logo em seguida, fez um discurso pedindo maior inclusão feminina em Hollywood.

— Olhem em volta, senhoras e senhores, porque todas nós temos histórias para contar e projetos que precisam ser financiados. Não falem conosco sobre isso nas festas de hoje à noite. Nos convidem para ir aos seus escritórios em alguns dias, ou vocês podem vir aos nossos. Eu tenho três palavras para deixar com vocês essa noite: cláusula de inclusão — disse ela, referindo-se a uma cláusula que atores podem colocar em seus contratos exigindo diversidade na equipe.

O Oscar também teve várias novidades, como vencedor mais velho, primeiro vencedor estrelado por uma transexual e primeiro roteiro original de um negro. (J.H.R.) (A.N.)