Preso desde novembro do ano passado acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de participar de um esquema para beneficiar empresários do transporte, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), foi denunciado pela primeira vez pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Picciani vai responder judicialmente pela acusação de uso da Agrobilara, empresa rural da família, para lavar dinheiro de propina do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jonas Lopes de Carvalho.

A ação sustenta que, em setembro de 2014, Picciani vendeu 100 cabeças de gado a Jonas, por R$ 500 mil, sem emitir notas fiscais e, segundo o próprio comprador, ciente de que o dinheiro tinha origem ilícita. Distribuída à 6ª Vara de Fazenda Pública, a ação acusa por atos de improbidade administrativa, além de Picciani, um dos filhos do ex-presidente da Alerj, Felipe Picciani, seu sócio, André Gustavo Vasconcellos Monteiro, as duas empresas agropecuárias ligadas à família, a Agrobilara Comércio e Participações e a Agropecuária Copacabana Comércio e Participações (Agrocopa), e Jonas Lopes.

A petição, assinada por nove promotores, pede à Justiça, em caráter liminar, o afastamento dos acusados do exercício de funções públicas e a indisponibilidade de um total de R$ 10 milhões em bens. Picciani e Felipe estão presos desde novembro do ano passado, também pela acusação de lavagem de dinheiro, no âmbito da operação Cadeia Velha, por determinação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). A novidade agora é que também vão responder na Justiça estadual. O ato de improbidade, uma ação de natureza cível, prevê multa, suspensão de direitos políticos e a proibição de contratar para o poder público.

Além de Picciani, também foram presos na operação Cadeia Velha o seu antecessor na presidência da Alerj, Paulo Melo (PMDB), e o ex-líder do Governo na Casa Legislativa, Edson Albertassi (PMDB). (A.S.) (A.N.)