O desembargador Nagib Slaibi Filho, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), rejeitou o pedido feito pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) para que o ex-governador Anthony Garotinho retirasse das redes sociais o vídeo onde ele estaria pedindo votos antecipadamente e também faria referência à “compra de deputados”.

No despacho, Nagib Filho considera que “desde logo, denego a pretendida liminar de retirada imediata do vídeo, inclusive de outras redes sociais, blogs, Youtube e demais páginas da internet. É que mais de quinze dias se passaram desde a divulgação a descaracterizar o requisito da urgência. Quanto a plausibilidade há controvérsia sobre a essencialidade do pedido explícito de voto, como, aliás, lealmente apontadas na petição inicial. Certamente, em momento ulterior, poderá o tema cautelar ser reapreciado”.

No vídeo que gerou a investigação da PRE, Garotinho aparece dizendo: “Não vote só em mim, vote no deputado que está do meu lado. Olha só: o cara vai votar em mim e vai votar num deputado estadual contrário, sabe o que vai acontecer? Depois eu vou ter que gastar dinheiro para comprar esse deputado. Como que vai fazer? Porque eu vou mandar uma lei, o cara não é do meu partido, e ele vai dizer assim: ‘Ah, não, eu para votar isso aí eu quero tanto’. Porque é isso que acontece hoje no estado. Da onde nasceu o mensalão? Nasceu disso”.

Na ocasião, o procurador eleitoral Sidney Madruga relatou que “As palavras do representado não se coadunam com o momento histórico-social crucial que o país atravessa, em que práticas inaceitáveis como as mencionadas têm mobilizado o Ministério Público e o Judiciário. Anthony Garotinho propala esse tipo de ilícito como se fosse algo comum, corriqueiro e, sobretudo, impunível”. (A.S.) (A.N.)