Câmara de volta nesta semana
Aldir Sales 17/02/2018 15:45 - Atualizado em 18/02/2018 21:15
Câmara Municipal
Câmara Municipal / Antonio Leudo
Com o fim do recesso parlamentar, as sessões da Câmara Municipal de Campos estarão de volta a partir dessa terça-feira (20). No entanto, quem espera que os trabalhos irão retomar lentamente, está muito enganado. Aliás, o presidente da Casa, vereador Marcão Gomes (Rede), explica que as atividades não pararam durante o período considerado de férias. As Comissões Parlamentates de Inquérito (CPIs) que apuram os contratos da Prefeitura durante a gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho com Odebrecht e Emec para construção de casas populares e paisagismo, respectivamente, avançaram nos últimos meses. Também houve sessão extraordinária para tratar do polêmico aumento na contribuição de Iluminação Pública e os desdobramentos dos julgamentos dos investigados na operação Chequinho deu início a dança das cadeiras entre vereadores e suplentes.
— De forma quase que tradicional, o ano para muitas pessoas começa agora. Isso porque quase sempre o Carnaval coincide com férias escolares, recesso político, judiciário, dá uma sensação de que janeiro e fevereiro são meses praticamente ‘parados’.Vale ressaltar que a Câmara de Vereadores de Campos esteve em recesso parlamentar, conforme o Regimento Interno neste período e não tivemos sessões ordinárias. Porém, os trabalhos das CPIs continuaram em andamento e o expediente administrativo funcionou normalmente — explicou Marcão.
No último dia 5 de fevereiro, a CPI da Lava Jato, que investiga a relação da última gestão municipal com a Odebrecht no contrato de R$ 1 bilhão para o Morar Feliz, ouviu ex-secretários do governo Rosinha. O presidente da comissão, vereador Genásio (PSC), relatou que mais duas pessoas do alto escalão seriam convocadas para prestar esclarecimentos. Genásio advertiu que, seguindo o regimento interno, os nomes dos interrogados não podem ser divulgados para não atrapalhar o andamento das investigações. “As oitivas são importantes, é onde aprofundamos a investigação, checamos os documentos do Tribunal de Contas do Estado e do Ministério Público, buscamos informações. Alguns depoimentos foram divergentes entre si e estamos correndo contra o tempo, já que o prazo da CPI é até o dia 14 de março”, disse o vereador.
Legislativo terá nova composição no retorno
No entanto, a primeira sessão ordinária do ano terá uma composição diferente da última de 2017. Os vereadores Jorginho Virgílio (PRP)e o líder do governo Fred Machado (PPS) estão de licença médica. Fred se recupera de um infarto na sexta-feira da semana anterior (9). Ele recebeu alta durante a última quinta-feira, mas precisa de repouso após passar por um procedimento cirurgico. Além disso, outra novidade será a volta da suplente Joilza Rangel (PSD), convocada pela presidência da Casa na última sexta-feira para assumir o lugar de Jorge Rangel (PTB), condenado em segunda instância por participação no “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal.
No entanto, nos próximos dias outras trocas podem acontecer pelo mesmo motivo. Os vereadores Thiago Virgílio (PTC), Linda Mara (PTC) e Miguelito (PSL) já tiveram todos os recursos esgotados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e apenas aguardam a comunicação da Justiça Eleitoral para também serem afastados dos cargos. Nestes casos, os suplentes são Cabo Alonsimar (PTC), Carlos Alberto Canaã (PTC) e Álvaro Oliveira (SD), respectivamente.
Embates prometem ser quentes em 2018
Marcão Gomes
Marcão Gomes / Antonio Leudo
Os embates entre situação e oposição prometem ser quentes, assim como aconteceu em 2017. Um aperitivo disto aconteceu no último dia 9, quando a maioria dos vereadores aprovou, depois de horas com muito bate-boca, o projeto enviado com urgência pelo prefeito Rafael Diniz (PPS) para corrigir o valor do reajuste na cobrança da contribuição de iluminação pública para parte do comércio e da indústria após constatação de falha na elaboração do projeto de lei inicial, aprovado pelos vereadores junto com o Código Tributário no final do ano passado. A votação só foi acontecer cerca de três horas após o início da sessão. Durante este tempo, a maior parte da discussão foi sobre a contribuição residencial, o que não estava sendo votado.
O presidente Marcão também terá bastante trabalho para evitar em 2018 que cenas como troca de ofensas entre público e vereadores, ameaças e até sessões interrompidas devido confusões generalizadas entre grupos governistas e oposicionistas.

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