Quinze dias após ser transferido, o ex-governador Sérgio Cabral deixou nessa sexta-feira a triagem do Complexo Médico Penal (CMP), na região metropolitana de Curitiba, onde ficam alguns do presos da Operação Lava-Jato. Segundo o diretor-geral do Departamento Penitenciário (Depen) do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo, o comportamento de Cabral tem sido “exemplar”. Também nessa sexta-feira, o ex-governador apresentou um Habeas corpus (HC) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual pediu para retornar à cadeia pública de Benfica, na Zona Norte do Rio. Caberá ao ministro Gilmar Mendes analisar o caso.
Durante a triagem, Cabral ficou sozinho em uma cela de 12 metros quadrados, sem direito a receber familiares, tomar sol ou assistir à TV. Em geral, esse procedimento leva 30 dias, mas se o preso se comportar bem, o tempo pode ser reduzido à metade. Agora que passou para o convívio com os demais presos, Cabral está autorizado a se encontrar com familiares, tomar banho de sol com outros presos e receber comida que vem de fora do presídio. Na cela, ele poderá ouvir rádio e assistir a uma TV de 20 polegadas.
Cabral foi transferido ao Paraná em 19 de janeiro, acusado de ter construído uma rede de privilégios no presídio de Benfica, no Rio. A defesa nega a existência de privilégios e afirma que a transferência foi prejudicial, uma vez que 19 dos 21 processos aos quais Cabral responde tramitam na Justiça do Rio. Os advogados citaram, ainda, o episódio em que Cabral foi algemado nas mãos e nos pés pela Polícia Federal ao ser levado para exames no Instituto Médico Legal (IML). Segundo a PF, a medida foi tomada para garantir a segurança do ex-governador.
Outro - O ex-presidente Lula também entrou com HC no STF, mas para evitar ser preso. O relator é Edson Fachim. (S.M.) (A.N.)