Corpo de criança enterrado há seis meses em quintal de casa no Rio
17/02/2018 14:01 - Atualizado em 02/03/2018 15:17
Reprodução/G1
O corpo de uma menina de 1 ano e 7 meses, com marcas de espancamento, foi encontrado na noite desta sexta-feira (16), enterrado no quintal de uma casa em Teresópolis, na Região Serrana do Rio. Equipes das polícias Civil e Militar, com apoio do Corpo de Bombeiros, iniciaram, à tarde, as buscas pelos restos mortais da criança em um sítio, após confissão da mãe na delegacia de Petrópolis.
De acordo com a 110ª Delegacia de Polícia, a mãe da criança, de 19 anos, que conheceu o padrasto na internet, acompanhou as buscas. Ela e o companheiro são suspeitos de terem cometido o crime em agosto do ano passado.
- A mãe narrou que o padrasto espancou impiedosamente sua filha, matando-a e enterrando o corpo na casa onde moravam. Alegou que não fez contato com as autoridades, pois foi ameaçada de morte - disse o delegado Diogo Schettini.
Em depoimento à Polícia Civil, em Petrópolis, a mãe negou qualquer participação no crime. Ela teria contado que, ao perceber que a criança não resistiu as agressões do padrasto, no dia 4 de agosto, ainda sugeriu que chamassem o socorro, Samu, bombeiros, mas o suspeito não deixou. Foi então, segundo ela, que ele fez um buraco no quintal de casa para enterrar o corpo da menina.
- Ele disse para ela se despedir e ela conta que, aos prantos, deu um beijo na testa da menina. Em seguida, o suspeito colocou o corpo da criança dentro de um saco preto e a enterrou depois. Ela também disse que ele a ameaçou e por isso não o denunciou - contou o delegado da 106ª DP, André Lourenço.
No entanto, após o corpo ser encontrado, o padrasto contou uma versão contrária em depoimento na delegacia de Teresópolis. Segundo o delegado responsável pelo caso, ele afirmou que a mãe agrediu, matou e enterrou a criança. "Para a Policia Civil, ambos mataram e enterraram. Ela (mãe) confessou que ajudou a enterrar a criança, entretanto, disse que quem matou foi o padrasto. Já o padrasto diz que ajudou apenas a enterrar a criança e que quem matou e quem judiava da criança era a mãe”, revelou Diogo.
Após o depoimento, a polícia solicitou à Justiça a prisão preventiva dos dois suspeitos. O delegado também afirmou que todos os moradores da casa, a mãe do padrastro e outros parentes, também foram ouvidos nesta sexta-feira, e a possível participação deles está sendo investigada.
De acordo com a Polícia Militar, as buscas pelo corpo da menina duraram mais de 12 horas, desde que agentes do 26º Batalhão receberam uma denúncia sobre o caso. Militares de Petrópolis participaram da ação com a ajuda do Corpo de Bombeiros. Uma retroescavadeira foi utilizada para encontrar o corpo, que foi localizado em uma casa no bairro Beira Linha, dentro de um saco preto.
Desaparecimento nas redes sociais - Segundo delegado Diogo Schettini, a mãe da menina contava para parentes que a criança estava desaparecida há seis meses. “O ‘desaparecimento’ da menina mobilizava as redes sociais, após as postagens realizadas pela família da mãe, que não tinha notícia do paradeiro desta e da menor após deixarem a cidade natal (Juiz de Fora)”, disse.
Segundo a polícia, a jovem era de Juiz de Fora (MG) e conheceu o companheiro por meio de uma rede social. Ela foi morar com ele em junho de 2017 e levou a filha. No depoimento, a mulher disse aos policiais que o homem a deixava trancada dentro de casa, que impediu que tivesse contato com a família e que também a agredia.
Após a morte da menina, a mulher disse que eles se mudaram para um bairro de Petrópolis, cidade vizinha, e que ele continuou com as agressões e depois a expulsou de casa. A jovem afirma que acabou indo morar na casa de uma mulher, que a acolheu na região, e que o suspeito voltou para Teresópolis com a família e que desde então não teve mais informações sobre ele.
Fonte: G1

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