Estimular o contato com a natureza através da observação de aves. Esse é objetivo do projeto Vem Passarinhar RJ, que será levado à Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, em São Francisco de Itabapoana, e ao Parque Estadual da Lagoa do Açu, que fica entre São João da Barra e Campos.
O Vem Passarinhar RJ é um programa desenvolvido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) que visa estimular a observação de aves nas unidades de conservação estaduais através de um calendário anual com saídas direcionadas para esta atividade.
Na Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, a observação das aves irá acontecer nos dias 18 e 19 de março. No local é possível encontrar até 92 espécies. Dentre a grande diversidade de espécies de aves que existem na área da EEEG, destacam-se o papagaio-chauá (Amazona rodocorytha), o gavião-pombo (Amadonastur lacernulatus) e o cabeça-encarnada (Pipra rubrocapilla), todas ameaçadas de extinção no estado do Rio de Janeiro.
A Estação Ecológica de Guaxindiba constitui uma área de aproximadamente 3.260 hectares, dotada de atributos naturais excepcionais, integralmente inserida no município de São Francisco de Itabapoana, em área de baixada litorânea. Foi criada em 30 de dezembro de 2002, por meio do decreto estadual 32.576, com o objetivo de proteger um dos maiores remanescentes de floresta estacional semidecidual no estado do Rio de Janeiro, chamada de mata de (ou sobre) tabuleiros, detendo o processo de destruição desta tristemente também chamada “Mata do Carvão”, nome dado ao remanescente florestal atingido pela ação de carvoarias e pela extração de essências florestais nobres, como a ameaçada peroba-de-campos.
A área está localizada a 45 km de Campos. A partir do centro do município de São Francisco de Itabapoana, o acesso à sede se faz pela RJ 224 em direção norte, por 12,6 km até a Estrada da Cobiça, não pavimentada, e mais 3,5 km pela própria Estrada da Cobiça.
A Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba é uma unidade de conservação de proteção integral que tem como objetivo básico a preservação da natureza. Em algumas de suas zonas ou áreas é possível a realização de pesquisas e experimentações científicas, conduzidas por instituições e pesquisadores interessados em ampliar o conhecimento sobre o seu peculiar ecossistema.
Programação segue ao longo deste ano
Além da Estação Ecológica de Guaxindiba e do Parque Estadual da Lagoa do Açu, o programa Vem Passarinhar RJ também será desenvolvido em outros locais ao longo do ano.
Em janeiro, a observação dos pássaros aconteceu na Reserva Biológica Estadual de Guaratiba, no Rio de Janeiro. Já neste mês de fevereiro, o trabalho aconteceu nos dias 3 e 4 no Refúgio de Vida Silvestre Estadual do Médio Paraíba, que fica localizada entre os municípios de Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí, Valença, Vassouras, Rio das Flores, Paraíba do Sul, Três Rios.
Em abril, a ação está marcada para os dias 14 e 15 no Parque Estadual de Ilha Grande. Em maio acontece no Parque Estadual da Serra Concórdia. Em junho, o trabalho será realizado no Parque da Costa do Sol. Já em julho, a observação acontece no Parque Estadual da Pedra Branca.
No mês de agosto, o programa será desenvolvido na Reserva Ecológica Estadual de Juatinga. O Parque Estadual dos Três Picos recebe a ação em setembro. No mês seguinte, em outubro, a observação será no Parque Estadual do Desengano. E em novembro é a vez do Parque Estadual da Serra da Tiririca.
Área do Açu abriga pássaros em extinção
O programa Vem Passarinhar RJ também será realizado no Parque Estadual da Lagoa do Açu (Pelag), nos dias 8 e 9 de dezembro. O parque abriga aves migratórias como vira-pedras, maçarico-acanelado e maguari e uma grande variedade de espécies ameaçadas de extinção, além de várias outras espécies nativas de aves, tais como: socoí-vermelho, arapapá, bate-bico, gaturamo-rei, narceja-de-bico-torto e saíra-beija-flor.
O Parque Estadual da Lagoa do Açu foi criado recentemente, em 2012. A região que o compõe é formada por extensa vegetação de restinga e áreas úmidas remanescentes, no litoral norte fluminense, em especial a Lagoa do Açu e o banhado da Boa Vista.
Sua paisagem faz com que seja único, tanto do ponto de vista biológico quanto geológico. Vários estudos foram desenvolvidos por pesquisadores nacionais e estrangeiros, tendo como proposta a criação da unidade de conservação, com o intuito de preservar uma área singular de manguezais, restingas, praias, dunas, lagunas, lagoas e áreas úmidas, ainda em bom estado de conservação. Esses estudos também concluíram que a vegetação na área costeira dos municípios de São João da Barra e Campos constitui a segunda restinga mais ameaçada do país.
O parque assegura a preservação de remanescentes de vegetação nativa de mata atlântica como restinga, mangue e uma importante área alagada (o banhado de Boa Vista, além da Lagoa do Açu, com 13km de extensão no litoral); a integração de seus ecossistemas com a diversidade sociocultural da região; as espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção, da flora e da fauna. Além disso, promove o desenvolvimento de iniciativas que conciliem a viabilidade econômica da região com utilização racional dos recursos naturais e o estímulo de atividades de recreação, educação ambiental e pesquisa científica.