Um pai dando seu último adeus a seu filho morto, antes que os bombardeios comecem novamente. A imagem forte, gravada por moradores da região síria de Guta Oriental, mostra a realidade de tantos pais sírios cercados com suas famílias nesse reduto rebelde nos arredores de Damasco.
Desde o último domingo (18), o governo sírio, com o apoio da Rússia, aumentou fortemente a intensidade dos bombardeios na região, onde moram 400 mil pessoas. Centenas de civis morreram, entre eles várias crianças. Apenas em 48 horas, foram 250 civis mortos - o maior já registrado desde o início do cerco, em 2013, quando a região foi alvo de um ataque químico.
O vídeo foi divulgado por um grupo de oposição ao governo, Ghouta Media Center, e sua autenticidade foi checada pela agência de notícias Associated Press.
Nas imagens, o homem, que não foi identificado, pega o corpo de uma criança embrulhado em um lençol branco e o segura próximo ao peito. Alguém pede aos demais que deixem o pai se despedir do seu filho. O homem balança o corpo da criança em seus braços e sai de cena.
Há outros seis cadáveres no caminhão, embrulhados em lençóis e cobertores de poliéster.
No intervalo entre os bombardeios, os moradores de Guta Oriental velam seus mortos. Com tempo e espaço limitados, e o número de mortes crescendo, os corpos são colocados em túmulos coletivos.