O impasse vivido nas últimas semanas no transporte público de Campos parece começar a ter uma solução. Na noite desta quarta-feira, a Prefeitura de Campos informou que a partir da próxima segunda-feira o consórcio Planície vai assumir as linhas de ônibus que deixaram de ser operadas pelo consórcio União. Diante da resposta positiva ante a solicitação do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), o empresário José Maria Matias, representante do consórcio, foi convocado para uma reunião, na tarde desta quarta, no gabinete do prefeito Rafael Diniz (PPS), durante a qual foi firmado um compromisso para a retomada da operação das linhas inoperantes.

A Prefeitura informou ainda que uma nova reunião será realizada nesta quinta para definir os detalhes para a retomada do serviço de transporte, com a definição de horários e quantitativo de ônibus em cada linha. A volta do serviço será feita gradativamente ao longo da próxima semana, a partir de segunda-feira.

O IMTT já havia notificado o consórcio União no último dia 21, estabelecendo um prazo de 48 horas para que regularizasse as linhas de sua responsabilidade, em respeito ao contrato firmado com o Município. Como o serviço não foi restabelecido, a Prefeitura enviou ao consórcio Planície e à empresa Rogil uma manifestação de interesse para a operação das 21 linhas urbanas e distritais que deixaram de ser operadas.

Em nota enviada na manhã desta quarta, antes de acontecer a reunião na Prefeitura, o consórcio Planície chegou a ponderar que assumiria as linhas do União, porém apresentou ressalvas: “O consórcio Planície se propõe a assumir de imediato as linhas que já lhe pertenciam de acordo com o edital da licitação, mas foram passadas equivocadamente para o consórcio União. Quanto às demais linhas, o consórcio Planície informa que terá condições de atendê-las após a resolução dos principais problemas do transporte coletivo de Campos, como a atuação do transporte ilegal e defasagem da tarifa, conforme definido no Edital de Licitação e na Legislação Municipal”.

Enquanto o dilema ainda não havia uma sinalização de desfecho e até que a transição aconteça de fato, os usuários que sofrem na pele com a deficiência. A dona de casa Neusa Azevedo, de 54 anos, é moradora de Correnteza e explicou que, pela região, passa apenas uma van com horário limitado. A última viagem acontece às 16h. Este problema é realidade, segundo ela, há cerca de cinco meses. “Estamos abandonados, sem ônibus em horário nenhum. Nós somos seres humanos, cidadãos. Precisamos de recurso. Na van, não dá nem para andar. Ela vem torta, de tanta gente. Hoje, veio gente passando mal. A porta chegava a abrir. Como nós vamos ficar? E agora? É complicado”, afirmou.

O proprietário da Rogil, Gilson Menezes, que também é presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setranspas), considerou que a dificuldade do consórcio União também é a dificuldade dos demais. “O problema advém da falta de uma administração melhor do poder público”, disse.

De acordo com o IMTT, as linhas que apresentam problema são as que saem da rodoviária Roberto Silveira com destino à Farol de São Thomé, Furadinho, Tócos, Córrego Fundo, Correnteza, Beira do Taí, Capela São Pedro, Baixa Grande, Ponta Grossa, Quixaba, São Martinho e São Sebastião. Também foram registradas irregularidades nas linhas que saem do Centro para os bairros Parque Saraiva, Parque Imperial, Penha, Penha (via Estância), Goitacazes, Fazendinha, Donana, Capão, Carvão e Bugalho.

Protesto – Nesta quarta, um grupo de estudantes caminharam do Centro até a Câmara de Vereadores cobrando o cumprimento da Lei do Passe Livre. (J.F.) (P.V.) (A.N.)