Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta sexta-feira (23), o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, em um desdobramento da Operação Lava Jato.
Diniz deixou o prédio onde mora no Leblon, na Zona Sul, sob vaias e gritos da vizinhança, que o chamou de "ladrão". Ele foi preso preventivamente (sem prazo para liberação) por suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção e pertencimento a organização criminosa. Veja aqui a íntegra da decisão.
Em nota, a defesa afirma que as acusações são "infundadas" e que Diniz irá "provar sua inocência" (leia a íntegra da nota mais abaixo).
Entre os desvios investigados está a contratação de funcionários fantasmas pelo Sesc e pelo Senac, como uma chef de cozinha e uma governanta do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.
Diniz presidia o Sesc-Rio até dezembro do ano passado, quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeita de irregularidades no comando da entidade. De acordo com os investigadores, porém, ele usava sua influência para atrapalhar a gestão atual e tentou ocultar documentos e sabotar reuniões do Sesc/Senac.
Outros três funcionários da Fecomércio-RJ foram presos temporariamente (por cinco dias, prorrogáveis) na operação: Plínio José Freitas Travassos Martins; Marcelo José Salles de Almeida e Marcelo Fernando Novaes Moreira.
Segundo a investigação, as contratações fantasmas foram feitas a pedido de Cabral e auxiliaram o ex-governador a aumentar a propina que era regularmente distribuída aos seus operadores mais próximos e aos seus parentes, num esquema que movimentou mais de R$ 7,5 milhões.
O G1 entrou em contato com a assessoria do Sesc, que informou que não vai se pronunciar a respeito do caso.