São Salvador para por falta de combustível
Jéssica Felipe 15/02/2018 20:15 - Atualizado em 18/02/2018 20:49
A Baixada Campista amanheceu mais uma vez sem ônibus. Na manhã desta quinta-feira, sem previsão de retorno, os coletivos da São Salvador, que atende as linhas da região, nem saíram da garagem. As atividades haviam sido retomadas no último dia 7, depois de 16 dias de paralisação. Segundo informações de funcionários, a ordem veio da própria gerência que alegou falta de dinheiro para abastecer os veículos. Os trabalhadores ainda alegaram atraso nos salários e no 13º do ano passado.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários foi informado sobre a situação e se reuniu com advogado no início da tarde desta quinta. Diante do não atendimento pela empresa, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que medidas administrativas estão sendo tomadas, onde inclui acionar e multar o consórcio responsável até que supra o atendimento.
Um motorista, que preferiu não se identificar, contou que ao chegar à garagem, pela manhã, um representante da empresa mandou os trabalhadores aguardarem em casa, alegando não ter dinheiro para pagar os valores em atraso. Segundo o funcionário, já são sete meses sem receber. “Está muito difícil pra viver”, disse o motorista.
Edson Rangel, representante do Sindicato dos Rodoviários, esclareceu que os funcionários da empresa procuraram o sindicato logo após a ordem de paralisação e que a instituição está auxiliando na busca por medidas judiciais. “Os funcionários estiveram no sindicato dizendo que o patrão havia mandado parar. Ele disse que não tinha condição de colocar combustível nos carros. Nós aqui conversamos com o advogado e ele vai tentar falar com o juiz, porque tem gente com sete meses em atraso. Tentar ver se penhora algum bem, se tem algum dinheiro na prefeitura para bloquear também”, disse o diretor financeiro.
Questionada sobre a frequência de paralisações da empresa, nova licitação para a linha, cobrança do poder público para o retorno da atividade, prazo para negociações judiciais e possibilidade de outra empresa do Consórcio União atender a demanda, a prefeitura respondeu que “os consórcios possuem uma concessão para a prestação de serviços de ônibus, que não é precária, portanto, é necessário seguir todos os trâmites administrativos. Além das notificações e multas, há a possibilidade da caducidade do contrato, que deve obedecer a procedimentos legais para que, se for o caso, seja eficaz. O IMTT continua a pressionar o consórcio para o atendimento de todas as ordens de serviço”.
Sobre o transporte irregular, o presidente do IMTT, Renato Siqueira, ressaltou que o trabalho de fiscalização continua e com maior intensidade, por posicionamento estratégico nas rotas de acesso. Ele reforçou o apelo para que a população não opte pelo transporte ilegal. “O crime só prevalece quando é alimentado”, disse o presidente.
A reportagem da Folha da Manhã tentou contato com representantes da São Salvador, mas não obteve êxito. Na atual garagem da empresa, na rua Dirceu Dias da Silva, no Parque Guarus, os veículos passaram o dia estacionados e havia a presença de um funcionário no local. Ele não atendeu a equipe. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setranspas), Gilson Menezes, também foi contatado, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

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