Produtores de cachaça do Norte Fluminense buscam criar uma identidade, através de uma “indicação geográfica”, que tem a finalidade de promover a identificação de um produto como originário de um local, região ou país, vinculando-a a determinadas características e qualidades, essencialmente sua origem geográfica, sendo inclusive passíveis de proteção legal contra uso de terceiros em sua propriedade industrial.
Os produtores estiveram na sede do Sebrae/Campos para criar este selo de qualidade e procedência do produto de uma região que tem formação histórica de sua economia na cultura da cana de açúcar, base essencial na produção da cachaça.
A indicação geográfica, também conhecida como IG, é muito utilizada há tempos em países como França, Itália, Portugal e Espanha.
Em Portugal, o vinho do Porto, fez a primeira IG no século XVIII, através do Marquês de Pombal, por pressão do dos ingleses, maiores consumidores deste vinho, para evitar a falsificação do produto.
Diferentes IGs foram desenvolvidas no Século XX na Europa, sendo as mais conhecidas as de Champagne, Bordeaux e Borgonha na França, Chianti e Veneto na Itália e Rioja na Espanha.
No Brasil, a partir do século XXI, o movimento das IGs ganhou impulso e hoje já são mais de 40, entre elas as cachaças de Paraty e Salinas, do queijo Canastra de Minas e do chocolate do Sul da Bahia.
O selo de indicação geográfica é uma garantia para o consumidor, pois comprova que o produto é genuíno e possui qualidades particulares, ligadas à sua origem, além de elevar o valor agregado. Os produtos que desenvolvem sua IG, via de regra, conseguem uma valorização em cerca de 30 %.
Além de produtores e consultores, estiveram na reunião representantes do Sebrae/RJ, do Ministério da Agricultura e da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Campos.