A ONG Orquestrando a Vida, que atende, através da música, cerca de 250 crianças e jovens em Campos, abre inscrições, nesta segunda-feira (5), para suas orquestras infantis e juvenis. O projeto tem 100 novas vagas para candidatos com idades entre cinco e 14 anos, oferecidas gratuitamente. As inscrições podem ser feitas na sede da ONG, localizada na rua Baronesa da Lagoa Dourada, 147, no Centro. O atendimento acontece entre segundas e sextas-feiras, das 14h às 17h30. De acordo com o presidente da entidade, o maestro Jony William, a Orquestrando a Vida inicia seu 22º ano de atividades.
Ainda segundo Jony William, as 100 vagas que estão disponíveis são para o ensino de vários instrumentos.
— São eles: violino, viola, violoncelo, baixo acústico, trompete, trompa, trombone e clarineta — disse ele.
Em 2018, a Orquestrando a Vida trabalhará com cerca de 320 crianças e jovens em suas orquestras. No ato da inscrição, o responsável pelo candidato à vaga deverá levar os seguintes documentos: comprovante de residência, seus documentos e os documentos do menor.
Com os documentos entregues, será preenchido um formulário e, depois, haverá uma entrevista, marcada para os dias seguintes ao ato da inscrição.
— São ações rápidas, sem qualquer tipo de burocracia. Esperamos pela comunidade. Temos um trabalho sério que, nos últimos 21 anos, revelou grandes talentos. Nosso trabalho mudou a realidade de muitos jovens, os levando até a descoberta do magnífico caminho que a música oferece — concluiu Jony William.
História — Segundo Jony William, a Orquestrando a Vida surgiu há 21 anos. Ela é um núcleo de uma metodologia chamada El sistema. “É um sistema que revolucionou o mundo da música. Ele veio da Venezuela e está presente hoje em mais de 80 países. O objetivo é inserir crianças, desde bem novas, com três anos, por exemplo, em uma orquestra sinfônica”, explicou.
O maestro conta que o projeto começou com a chegada de delegação da El sistema da Venezuela para implantação no Brasil. “Ele aconteceu em Campos dentro do Centro de Cultura Musical, que criou o projeto. A gente começou a trabalhar, através de bolsas, para que crianças da periferia e de escolas públicas fossem inseridas no mundo da música, visando uma transformação social”.
Jony disse que a ONG começou com cerca de 30 crianças e em pouco tempo chegou a mais de 1.200. “O Centro de Cultura tinha seus limites financeiros e, com o aumento do número de alunos, a ONG precisou buscar padrinhos. Só que depois o projeto cresceu tanto que não tínhamos mais quem patrocinar e começamos a buscar alternativas. Até que um dia fizemos um concerto no Teatro Municipal do Rio e representantes da Dell’Art, maior produtora de música do país, se encantaram e começaram a nos representar. Através deles conseguimos vários parceiros e, por uns cinco anos, vivemos regularmente sustentando o projeto”, lembrou.
A ONG, desde então, já passou por vários momentos financeiros, como com perda de investidores, em 2012, e fôlego novo e patrocínio da concessionária Águas do Paraíba no ano passado. Independente da situação financeira, a ONG atende várias crianças, adolescentes e jovens em Campos através da música. (J.H.R.)