Com instalação das UPP's em 2012, cidade teve chance de ocupação social
10/01/2018 10:08 - Atualizado em 16/01/2018 18:28
Medo em Macaé
O terror que se instalou ontem em Macaé, após a morte de um policial militar em confronto contra traficantes de facções criminosas que disputam território em comunidades, reacendeu o velho problema social de um município que cresceu desordenadamente em cima da riqueza do petróleo, já não tão pujante como antes. Há mais de uma década a cidade vive o terror com ônibus incendiados e com escolas e comércios fechando as portas, cenário semelhante ao vivido na Grande Rio.
Desde Roupinol
Falar do domínio do tráfico em Macaé é se remeter a um passado com a migração de bandidos da capital para o interior, fazendo da cidade uma das poucas, fora da Grande Rio, a ter presença de três facções. Desde a morte do traficante macaense Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, no confronto com policiais civis no Morro de São Carlos, na Zona Norte do Rio, em 2010, Macaé tenta ter sua ordem restabelecida, mas apreensão nunca deixou de dominar as comunidades.
Faltou ocupação social
Nem mesmo as duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP’s), instaladas, em 2012, nos bairros Nova Holanda e Malvinas, considerados os mais perigosos do município, foram capazes mudar este perfil. Os moradores alegam que com o enfraquecimento do tráfico naquela época faltou uma ocupação social efetiva do poder público com programas que pudessem dar às comunidades mais autonomia. O cenário pouco mudou e, com a crise do petróleo dos últimos anos, o desemprego só aumentou, trazendo junto dele todas as mazelas.
Boatos
Diante de toda tensão instalada ontem em Macaé, a Prefeitura divulgou uma nota no fim da noite, na qual criticou boatos. “Durante toda terça-feira páginas de Facebook e grupos de Whatsapp receberam postagens de falsas informações, vídeos e áudios que não condiziam com a realidade, contribuindo para o clima de insegurança no município. A população deve se manter informada somente pelos órgãos oficiais policiais ou na página da Prefeitura de Macaé”.
Choque
O aumento da taxa de iluminação pública, segundo o governo do prefeito Rafael Diniz (PPS) vai beneficiar cerca de 60 mil contribuintes entre um grupo de baixa renda (2.800), residências (58 mil) com isenção de 60% e 2.200 clientes rurais, com 10%. O município diz que precisa de dinheiro para cobrir custos da energia elétrica. Por outro lado, a maior fatia do município já começa a pagar a conta e arcar com a surpresa indigesta para começar o ano. As reações são as mais críticas possíveis, inclusive de entidades de classe. Paralelo a isso, as reclamações por conta de ruas às escuras só aumentam.
Quem paga?
A medida do governo de Campos leva em consideração a capacidade contributiva de cada consumidor. A fórmula usada para tirar mais dinheiro da população para pagar as contas do município herdado falido foi com base no gasto variável de cada residência, comércio e indústria. Já tem contribuinte pagando uma tarifa 200% maior do que os R$ 4,89 fixos de antes. Tudo leva a crer que não adianta reclamar, o governo só fala em resolver discrepâncias nas taxas de comércio e indústria. Agora, é se preparar para a chegada dos carnês do IPTU, cujo reajuste já é marcado por polêmica desde a votação na Câmara.
Promessas
A obra de uma ponte em Itaperuna (Aeroporto/Frigorífico), Noroeste Fluminense, que já custou R$ 14 milhões aos cofres públicos, paralisada desde 2015, atualmente considerada pela população um “elefante branco sem nenhuma utilidade”, é um dos projetos que o governador Luiz Fernando Pezão pretende entregar em 2018, segundo entrevista ao jornal O Globo. “Espero entregar a Baía de Guanabara, MIS (Museu da Imagem e do Som), ponte do Porto do Açu (da integração entre São João da Barra e São Francisco de Itabapoana) e uma ponte em Itaperuna”, mencionou Pezão.
José Renato

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