Aldir Sales
30/01/2018 22:13 - Atualizado em 01/02/2018 15:31
Mesmo sem partido, condenado à prisão em primeira instância e envolto em outras investigações criminais, o ex-governador Anthony Garotinho afirmou que será candidato à retornar ao Palácio Guanabara em outubro. O político da Lapa publicou ontem em seu blog uma entrevista ao “Nosso Jornal” em que afirma: “não existe plano B. Ou vai ou racha!”. Em meio à crise no Estado do Rio de Janeiro, Garotinho afirma que é o mais preparado entre os pré-candidatos e voltou a repetir que é perseguido pelo grupo do também ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
— Sim, serei candidato a Governador. Com respeito aos demais pretendentes, nenhum dos nomes colocados tem o conhecimento para tirar o estado dessa situação de calamidade e descontrole que Cabral e PEZÃO meteram o Rio. É preciso preparo, conhecimento e maturidade. Estou pronto para esse desafio. (...) Não existe (plano B). Não estou correndo atrás de um cargo e sim de um sonho. (...) Agora ou vai ou racha — declarou.
No entanto, na caminhada até o dia 7 de outubro, quando acontecem as eleições gerais, Garotinho terá de resolver vários problemas para estar apto a aparecer nas urnas. O primeiro deles é encontrar um novo partido. Após seguidos escândalos, a Executiva Nacional do Partido da República o afastou da presidência regional da legenda. Desde então, o ex-secretário de Governo de Campos “soltou os cachorros” contra a diretoria e anunciou a saída da sigla.
De acordo com a jornalista Suzy Monteiro, no blog Na Curva do Rio, hospedado no Folha1, Garotinho chegou a conversar com o Pros, que tem como presidente estadual o deputado federak Felipe Bournier, um dos rivais políticos do político campista. No entanto, as negociações estariam acontecendo a nível nacional. “Vou decidir essa questão depois do carnaval. (...) Fiz um compromisso comigo mesmo, não irei para nenhum partido que tente sufocar minha rebeldia contra essa profunda desigualdade que vivemos”, afirmou na entrevista.
Além disso, as questões jurídicas são outras preocupações para o ex-governador. Garotinho foi condenado a 9 anos e 11 meses de prisão em primeira instância por comandar o “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão, segundo a sentença do juiz Ralph Manhães. Ainda não há data para julgamento em segunda instância. No entanto, caso a sentença seja mantida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Garotinho terá que cumprir a pena em regime fechado e, por consequência, perde os direitos políticos.
Além disso, o ex-prefeito de Campos também responde às acusações de comandar outro esquema criminoso na Prefeitura de Campos para arrecadar propina de empresários locais, segundo o Ministério Público. Esta ação gerou a operação Caixa d’Água, que levou para a cadeia o próprio Garotinho e sua esposa e ex-prefeita Rosinha Garotinho.