O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta terça-feira a 21ª denúncia contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). A acusação, desta vez, é relativa à lavagem de dinheiro e é fruto de um desdobramento das operações Calicute, Mascate e Eficiência. Cabral já foi condenado a mais de 87 anos de prisão pelos juízes Marcelo Bretas e Sérgio Moro em outros processos por corrupção e, recentemente foi transferido para Curitiba após ser acusado de receber regalias na cadeia de Benfica, no Rio. Também nesta terça, Moro disse que o uso de algemas nas mãos e nos pés de investigados na operação Lava Jato, como aconteceu com Cabral, não deverá se repetir.
Na denúncia, Cabral é apontado novamente como líder de uma organização criminosa com divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: núcleo econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas para a execução de obras do estado; núcleo administrativo, formado por gestores públicos do Rio de Janeiro; núcleo financeiro operacional, composto por responsáveis pelo recebimento e repasse de propina; e o núcleo político, formado pelo próprio Sérgio Cabral.
Além do ex-governador, outras seis pessoas também foram denunciadas pelo MPF, são elas: Ary Ferreira da Costa Filho, Sérgio Castro de Oliveira, Gladys Silva Falci de Castro Oliveira, Sonia Ferreira Batista, Jaime Luiz Martons e João do Carmo Monteiro Martins.
Algemas - Enquanto isso, Sérgio Moro assinou um pedido de informação no último dia 26 de janeiro, onde diz que o uso de algemas nas mãos e nos pés de investigados na Lava Jato não deverá se repetir. Ao transferir Sérgio Cabral para Curitiba, o juiz atendeu pedido do MPF, diante da constatação de regalias em Benfica. Após chegar a Curitiba, Cabral foi transportado com algemas nas mãos e nos pés, e na parte traseira da viatura da PF. Além disso, as algemas das mãos estavam presas a um cinto, impedindo a livre movimentação dos braços. (A.N.)