O governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou nota, na noite desta terça-feira (23), informando que cumpriu a decisão judicial de afastamento do secretário de Administração Penitenciária (Seap), Erir Ribeiro, e de outros cinco servidores da pasta. O corregedor-geral da Secretaria de Administração Penitenciária, coronel Robson dos Santos Batalha, vai responder interinamente pela secretaria.

O afastamento aconteceu a pedido do Ministério Público, por suspeitas de regalias ao ex-governador Sérgio Cabral, que estava preso em Benfica e foi transferido para Curitiba.

A respeito de Cabral, o delegado federal responsável pela transferência afirmou que a contenção de movimentos do preso são a única forma de atuar que não atrapalhe as medidas de segurança. A resposta aconteceu após o juiz Sergio Moro cobrar da Polícia Federal (PF) esclarecimentos sobre o uso de algemas nos pés e nas mãos de Cabral durante sua transferência para o Complexo Médico de Pinhais no Paraná.

De acordo com Jorge Chastalo Filho, “a sensação de mal-estar diante da condução é absolutamente incontornável, ensejando, por vezes, críticas e inconformismo. Mas não há outra forma de atuar, sem causar prejuízo aos critérios mínimos de segurança”.

Chastalo Filho explicou que foram utilizadas algemas para “evitar que o preso pudesse adotar qualquer atitude que viesse a prejudicar a sua própria segurança, de terceiros e da equipe policial”.

Já em explicações ao superintendente da PF no Paraná Maurício Valeixo, o delegado Igor Romário de Paula, que lidera as investigações da Lava-Jato, igualmente defendeu o uso das algemas, mas disse que Cabral possui circunstâncias especiais, diferente da maioria dos presos. O oficial citou que o ex-governador tem uma “postura de enfrentamentomais ativa e desafiadora com autoridades públicas e é detentor de grande influência sobre agentes públicos”. (S.M.) (A.N.)