Corregedor quer resposta do TRE
24/01/2018 09:01 - Atualizado em 24/01/2018 18:00
Divulgação
O caso do áudio vazado no final de dezembro e atribuído ao juiz Glaucenir Oliveira continua tendo desdobramentos. Na volta do recesso forense, o corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Napoleão Nunes Maia Filho, pediu informações à Corregedoria Regional Eleitoral do Rio acerca de eventuais providências que tenham sido tomadas. Em áudio enviado a um grupo de whatsapp, uma pessoa que identifica-se como Glaucenir fez diversas críticas ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes que, dois dias antes, havia soltado o ex-governador Anthony Garotinho. Ele ficou preso quase um mês em decorrência da operação Caixa d’água.
Além da representação no TSE, o magistrado responde a processos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e um inquérito na Polícia Federal (PF).
O áudio teria sido postado em grupo de juízes no WhatsApp, no qual o magistrado teria dito: “segundo os comentários que eu ouvi hoje – comentário sério, de gente lá de dentro – é que a mala foi grande”, supostamente se referindo à decisão de Gilmar Mendes de soltar o ex-governador.
Em outro trecho do áudio, há ainda a seguinte declaração: “Os comentários ouvidos aqui em Campos, inclusive do grupo do Bolinha... Eu tenho acesso de pessoas que sabem porque estão no meio. Estou vendendo o peixe conforme eu comprei. O que se cita no próprio grupo dele é que a quantia foi alta”.
No áudio atribuído ao juiz é mencionada ‘mala grande’ a Gilmar Mendes. A pessoa afirma ter conversado com o juiz Ralph Manhães, responsável pelas investigações da operação Caixa d’água: O autor do áudio, supostamente Glaucenir, diz ter sugerido ao magistrado que pedisse suspeição.
E volta a falar em propinas.
“A gente leva pedrada, tiro, enquanto o grande general desse poder judiciário que é ele agora, parece que é o dono do poder, mela o trabalho sério que a gente faz, com sarcasmo , falta de vergonha, e segundo os comentários que ouvi hoje, comentários sérios de gente lá de dentro, é que a mala foi grande”, afirma.
Garotinho foi preso em 22 de novembro, acusado de comandar uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos para campanhas eleitorais dele próprio e de aliados. Um delator revelou ter sido orientado a fechar um contrato de fachada com a JBS para repassar o dinheiro ao caixa dois da campanha de Garotinho ao governo do Rio em 2014. (S.M.) (A.N.)

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