Já em Curitiba, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi levado para realizar exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) com algemas nas mãos e pés. Cabral passou sozinho a primeira noite na carceragem da Polícia Federal na capital paranaense. O peemedebista foi transferido na última quinta-feira depois de uma decisão conjunta entre os juízes juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, Caroline Vieira Figueiredo, interina da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que acataram o pedido do Ministério Público, que apresentou um dossiê sobre regalias recebidas por Cabral após constatar a existência de regalias ao ex-governador na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio.
Além disso, na noite de quinta, o juiz titular da 7ª Vara de Fazenda Pública do Rio, Eduardo Antônio Klausner, determinou o afastamento do secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, além do diretor da Cadeia de Benfica, Fabio Ferraz Sodré, o subdiretor da unidade, Nilton Cesar Vieira da Silva; o diretor da penitenciária de Bangu 8, Alex Lima de Carvalho e outros gestores do sistema prisional fluminense. Eles são acusados pelo MP de favorecerem com tratamento diferenciado e regalias a Sérgio Cabral e seus aliados. Todos os diretores foram ouvidos novamente nesta sexta-feira.
De acordo com o magistrado, os afastamentos são necessários “para que se restabeleça a lei e a ordem na administração penitenciária do Estado do Rio de Janeiro, e no intuito de preservar a instrução processual”. Klausner também afirma na decisão que todos os agentes públicos afastados têm “poder administrativo suficiente para determinar a destruição de provas e para intimidarem testemunhas que estejam subordinadas ao seu poder, sejam servidores públicos, sejam presos”.
Cercado por policiais, Cabral caminhou com dificuldade da viatura da Polícia Federal até a entrada do IML. Ele reclamou para um dos agentes federais que as algemas e o cinto que ele tinha na cintura o estavam machucando. O advogado do ex-governador, Rodrigo Roca, se disse estarrecido ao ver seu cliente com algemas. “Sérgio Cabral está proibido de falar e com pés e mãos algemados. Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade”, afirmou.
Em nota, a Polícia Federal informou que “os policiais avaliaram que havia necessidade do emprego das algemas, seja para preservação do próprio custodiado, seja para preservação de terceiros que tivesse ali presente”. (A.S.) (A.N.)