Executiva Nacional tira Garotinho do PR
16/01/2018 22:03 - Atualizado em 17/01/2018 18:32
Anthony Garotinho
Anthony Garotinho / Folha da Manhã
Menos de 24 horas após conseguir uma decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o reconduzir à presidência estadual do Partido da República (PR), o ex-governador Anthony Garotinho foi destituído do cargo pela Executiva Nacional da legenda, no final da tarde dessa terça-feira. A informação foi adiantada em primeira mão no blog Na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro, hospedado no Folha1. Em uma postagem no seu blog, Garotinho apontou o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) como novo inimigo, alegou desconforto em um encontro na sede nacional da legenda, em Brasília, e deixou em aberto a possibilidade de saída do partido, pelo qual é pré-candidato ao Governo do Estado. Além dos escândalos políticos em que está envolvido, os desdobramentos da operação Caixa d’Água, que apura um suposto esquema de arrecadação de propina na Prefeitura de Campos durante a gestão Rosinha Garotinho (PR), levou o político da Lapa, a ex-prefeita e o presidente nacional do PR, Antonio Carlos Rodrigues, para a prisão no final do ano passado. Atualmente, todos recorrem em liberdade.
A saída relâmpago de Garotinho do cargo se deu em menos de um dia depois da decisão do ministro Admar Gonzaga, em substituição ao novo presidente do TSE, Luiz Fux, que se declarou impedido no caso, e que manteve o ex-governador na presidência estadual PR. A decisão foi confirmada na noite da última segunda-feira após um recurso da defesa do político da Lapa, que contestava um despacho anterior do juiz Ralph Manhães, responsável pelos processos da operação Caixa d’Água em Campos. Na última semana, o magistrado considerou que a decisão anterior do ex-presidente do TSE, Gilmar Mendes, que libertou Garotinho da prisão e revogou as medidas cautelares anteriores, não teria anulado a limitação de exercer o cargo. A restrição também era extensiva a Antonio Carlos Rodrigues.
De acordo com Garotinho, os motivos alegados pela Executiva Nacional foram de “que a propaganda partidária nacional através de inserções, que foi transferida para o estado, acabou gerando perda de dois minutos e meio do tempo que seria destinado ao partido a nível nacional; que nas eleições de 2014 o PR elegeu seis deputados federais, segunda maior bancada do estado, e muitos saíram; e, ainda, que foram eleitos oito deputados estaduais, restando apenas dois ‘que tem sido ameaçados de forma pública pelo presidente do PR, Anthony Garotinho, de serem expulsos do partido’.
O campista afirmou que o partido perdeu tempo de televisão por não ter respeitado a cota de mulheres e que ameaçou os deputados de expulsão porque “se renderam à pressão de Sérgio Cabral, Picciani e à quadrilha do PMDB”.
Por fim, Anthony Garotinho concluiu sem falar sobre sua pré-candidatura ao Palácio Guanabara em outubro. “Eu não sei se devo lamentar ou comemorar a decisão. Talvez seja a hora de eu me reencontrar com meus princípios históricos (...). Deixo o PR aliviado já que o partido hoje é uma sucursal do governo Michel Temer, que está entregando o Brasil. (...) A reunião de quinta-feira, que seria do PR, (...) no Clube Municipal, na Tijuca, está mantida. Porém, com uma outra finalidade, discutir para onde o nosso grupo político vai caminhar nas próximas eleições”, declarou.

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