Ex-secretário de Saúde diz já ter feito 8 mil atendimentos na prisão
12/01/2018 18:34 - Atualizado em 16/01/2018 16:03
Sérgio Cortês
Sérgio Cortês / Divulgação
Preso desde abril do ano passado, o ex-secretário estadual de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio, desde junho, quando foi autorizado pela Justiça a trabalhar no cárcere, o médico diz ter feito 8 mil atendimentos na Cadeia Pública José Frederico Marques, onde está preso, e no Instituto Penal Oscar Stevenson, ambos em Benfica, na Zona Norte. A quantidade de consultas é controlada pelo próprio Côrtes, que encaminha relatórios mensais à direção do presídio, nos quais discrimina os nomes dos presos atendidos.
Foi o ex-secretário quem pediu para exercer o seu ofício atrás das grades. Côrtes atende desde casos simples, ambulatoriais, até mais graves, como presos baleados e emergências psiquiátricas. Nos relatórios de três meses de atendimento, Côrtes afirma ter feito 708 consultas em junho, 1.382 em julho e 1.641 em agosto. Médicos e coordenadores de UPAs dizem que a média de atendimentos de um médico oscila de 50 a 100 pacientes por dia, de acordo com o local da unidade.
Em um dos relatórios de atendimento feitos por Côrtes, o ex-secretário diz ter criado, junto com Luiz Carlos Bezerra e outros internos, procedimento para atender todos os detentos que dão entrada na unidade. Com o processo, segundo o médico, é possível identificar imediatamente quem precisa de acompanhamento médico.
Bezerra é ex-assessor de Sérgio Cabral e acusado de ser o operador financeiro do esquema de corrupção chefiado pelo ex-governador.
Côrtes faz atendimentos no ambulatório do presídio, nas celas e nos corredores da unidade. Além disso, aos sábados e domingos, vai até a unidade vizinha, o Instituto Penal Oscar Stevenson, que abriga apenas mulheres.
O ex-secretário ainda não tem condenação, ou seja, é um preso provisório. Depois que for julgado, seus advogados vão à Justiça para que os dias trabalhados sejam contabilizados e sua pena, reduzida. A Lei de Execuções Penais prevê que para cada três dias trabalhados, um dia de pena é abatido.
Fonte: O Globo

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