O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou para esta quinta-feira a visita a Campos do presidente da Corte, Carlos Eduardo da Rosa da Fonseca Passos, e do vice-presidente e corregedor da Justiça Eleitoral, Carlos Santos de Oliveira. Oficialmente, a cúpula do TRE se reúne para tratar da coordenação da eleição deste ano no município, porém, o encontro acontece em meio à polêmica envolvendo o juiz Glaucenir Oliveira, que teria acusado, em áudio atribuído ao magistrado e vazado na internet, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, de receber propina para soltar o ex-governador Anthony Garotinho (PR) no âmbito da operação Caixa d’Água. Enquanto isso, o dia também será marcado pela primeira reunião política de Garotinho em Campos desde que ele ganhou a liberdade.
A reunião acontece no Fórum Maria Thereza Gusmão e, segundo o TRE. Os dois desembargadores terão uma reunião com os juízes eleitorais a fim de verificar as necessidades da Justiça Eleitoral local e reafirmar o apoio aos magistrados e servidores locais. Está prevista também a presença da presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), juíza Renata Gil. Também está na pauta as eleições de 2018, que muitos já veem como ponto de partida para o pleito municipal de 2020.
As últimas eleições em Campos foram marcadas por polêmicas e denúncias de crimes. Em 2016, a Polícia Federal deflagrou a operação Chequinho, que já teve a condenação em primeira instância de Anthony Garotinho e os vereadores Ozéias (PSDB) e Miguelito (PSL) no que ficou conhecido como o “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão.
Carlos Eduardo tomou posse como presidente do TRE no último dia 5 de dezembro e, em seu discurso de posse, destacou que prometeu combater o poder do crime organizado e das igrejas nas eleições de 2018. “Concentro minhas preocupações em cinco temas: a existência de centros sociais, explorando a miséria dos eleitores e afetando o resultado eleitoral; a influência do crime organizado no resultado das eleições, através do patrocínio de candidaturas de marginais; influxo inaceitável de entidades religiosas envolvendo-se em política partidária e apoiando candidaturas, naquilo que temos designado como abuso do poder religioso; realização de propaganda negativa em redes sociais, sem a possibilidade de um desmentido tempestivo; e a segurança e a normalidade das eleições”, destacou Fonseca Passos, em seu discurso de posse.