O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu, nesta terça-feira (9), que pode ser candidato à Presidência da República nas eleições de outubro. Ele também considera que o centro pode ter mais de um candidato nas eleições presidenciais e, pela primeira vez, não descartou seu próprio nome como uma das opções. No Rio de Janeiro, Maia também sugeriu que o pai, o ex-prefeito Cesar Maia, pode disputar a sucessão do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Em entrevista publicada em O Globo, o deputado, pela primeira vez, afirmou pela primeira vez: “Se estou sendo cogitado (por alguns partidos) como uma alternativa, é porque há uma avenida aberta”, disse, sobre sua eventual candidatura.
Com o movimento, Maia sinaliza que vai mesmo rivalizar com o ministro da Fazenda Henrique Meireles pelo “legado” das reformas do governo de Michel Temer (PMDB). O presidente da Câmara já estaria articulando uma série de viagens pelo Brasil e reuniões com aliados para começar a viabilizar seu nome e tentar emplacar nas pesquisas, onde a liderança absoluta, até o momento, é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nos bastidores, Maia tem atuado para minar a candidatura do ministro da Fazenda. Antes alinhado com o chefe da economia do governo Michel Temer, agora busca distinguir o seu perfil e o de Meirelles.
A movimentação ocorre em meio à crescente “agenda eleitoral” do titular da Fazenda – na sexta-feira, Meirelles participou de evento evangélico em Brasília, por exemplo. Aliados de Maia e integrantes do próprio governo passaram a intensificar ataques ao ministro. “Em vez de falar em eleições, ele deveria estar centrado na estratégia para aprovar a reforma da Previdência”, disse o deputado Pauderney Avelino (AM), secretário-geral do DEM.
O ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, afirmou que Meirelles, para ser candidato ao Planalto, “tem de trabalhar” e disse que a porta está “aberta” para o PSDB. Maia, Meirelles e o governador tucano Geraldo Alckmin tentam se apresentar como a candidatura de centro. Temer, para aglutinar essas forças em torno de um nome, tem exigido a defesa de seu legado econômico. (A.N.)