Caixa d'água: Réus pedem que oitiva seja adiada
Suzy Monteiro 09/01/2018 10:00 - Atualizado em 09/01/2018 14:01
Suledil
Suledil / Folha da Manhã
Com o fim do recesso de final de ano, recomeçaram as movimentações nos processos que tramitam na Justiça Eleitoral. Em relação aos oriundos da operação Caixa d’água, por exemplo, dois réus - Fabiano Alonso e Suledil Bernardino - apresentaram pedido para que a primeira audiência, marcada para esta quarta-feira (10), seja remarcada. Até o fechamento desta edição não havia decisão sobre os pedidos.
A operação Caixa d’água foi desencadeada em 22 de novembro do ano passado e levou à prisão oito pessoas, entre elas os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho (PR). Eles foram presos sob a acusação de integrarem uma organização criminosa que arrecadava recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar as próprias campanhas eleitorais e a de aliados, inclusive mediante extorsão.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e inquérito da Polícia Federal (PF), com base nas delações premiadas do ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, e de empresários locais, a multinacional dos alimentos firmou contrato fictício com a empresa de serviços de informática Ocean Link para repassar R$ 3 milhões para a campanha de Garotinho ao Governo do Estado em 2014. Além disso, o político da Lapa é apontado como o comandante de um esquema para cobranças de propinas na Prefeitura de Campos durante a gestão de Rosinha.
Além do casal Garotinho, também foram presos o ex-secretário de Governo de Campos, Suledil Bernardino, o advogado e ex-subsecretário de Governo, Thiago Godoy, além do empresário Ney Flores Braga e do policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro Da Silva, conhecido como Toninho. Também foram presos, mas dias depois, o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e seu genro, Fabiano Rosas Alonso.
Suledil figura na denúncia como “fiel e obediente executor e cumpridor das ordens emanadas por Anthony e Rosinha Garotinho, principalmente as ordens relativas à execução ou não do pagamento às empresas, a fim de nelas gerar uma situação de necessidade e dependência extremas em relação do Grupo político que estava no Poder Executivo Municipal, criando um círculo vicioso de obrigatoriedade de realização de doações oficiais e oficiosas, conforme o caso, para campanhas eleitorais”. Já Alonso, segundo a denúncia, faria intermediação com empresários.
Todos deixaram a cadeia por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no caso de Alonso, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por decisão do presidente ministro Gilmar Mendes, no primeiro dia do recesso forense. Antes, apenas Rosinha havia sido libertada por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A audiência é para oitiva de acusação.

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