Garotinho faz retrato falado de suposto agressor
04/01/2018 15:32 - Atualizado em 06/01/2018 19:03
Retrato falado de suposto agressor
Retrato falado de suposto agressor / Reprodução
O ex-governador Anthony Garotinho (PR) prestou depoimento à Polícia Civil, nesta quinta-feira, e, finalmente, ajudou os agentes a concluir o retrato falado do suposto suspeito de tê-lo agredido dentro de uma cela em uma ala vazia quando esteve preso na Cadeia Pública Frederico José Marques, em Benfica, no Rio de Janeiro. De acordo com Garotinho, faltava apenas ser desenhado o nariz, mas uma suposta falha no sistema da polícia atrasou a conclusão do serviço em mais de um mês. Em um vídeo postado nas redes sociais, Garotinho voltou a atacar a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) sobre a demora nas investigações e anunciou que vai fazer uma reunião com militantes no próximo dia 11, no Clube Rio Branco, em Campos. O encontro está marcado para a mesma data em que a cúpula do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estará na cidade para uma reunião com juízes eleitorais e um dia após a primeira audiência com as testemunhas de acusação da operação Caixa d’Água. No entanto, não existe confirmação sobre a presença do político da Lapa no interrogatório.
Mesmo com as câmeras do setor onde estava preso não tendo registrado movimentos na ala onde o ex-governador estava preso, Garotinho alega que foi acordado na sua segunda madrugada em Benfica por um homem, “de aproximadamente 1,70m, branco, cabelos alourados, sem barba, trajando calça jeans, sapato, e camisa polo azul, portando um bastão, parecido com um taco de beisebol”. E que o homem teria dito: “desce daí. Você gosta muito de falar, não é?”, seguido de um golpe no joelho que teria feito ele se curvar de dor.
Em seguida, ainda de acordo com o depoimento de Garotinho, o homem puxou uma pistola de cor prateada e disse: “Eu só não vou te matar para não sujar o pessoal daqui do lado”, apontando em direção à galeria onde estão os presos da Lava-Jato. Antes de sair, segundo o ex-governador, o homem disse ainda: “vou te dar uma lembrança” e pisou no pé dele. E antes de trancar a cela, teria ordenado para que o ex-governador parasse de falar.
À época, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) disse que Garotinho se autolesionou. O exame de corpo de delito deu positivo para lesões corporais. No entanto, segundo o delegado da 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso), Wellington Vieira, o laudo não atesta se ele se autolesionou ou se foi agredido por alguém. Foram constatadas lesões no joelho e no pé causadas por objeto contundente. Por conta da suposta agressão, o político da Lapa foi transferido para o presídio de segurança máxima de Bangu 8.
Preso preventivamente no âmbito da operação Caixa d’Água no dia 22 de novembro e beneficiado com um habeas corpus do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, no dia 20 de dezembro, Garotinho é acusado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de chefiar um esquema criminoso dentro da Prefeitura de Campos durante a gestão da esposa, a ex-prefeita Rosinha Garotinho (PR), para arrecadar propina e caixa dois de empresários locais. (A.S.) (A.N.)

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