Jéssica Felipe
08/01/2018 20:19 - Atualizado em 09/01/2018 15:51
A segurança pública em São João da Barra não é assunto recente. No entanto, com a movimentação do verão, moradores, comerciantes e veranistas já esboçam preocupação quanto à sensação de insegurança na região. A Prefeitura afirma está com o reforço do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e também atuação da Guarda Civil Municipal (GCM) e grupo de apoio nas praias e shows, mas, segundo os populares, essa é uma ação que tem sido realizada apenas aos finais de semana e em lugares “pontuais”.
No último dia 28, a prefeita Carla Machado (PP) se reuniu com o comandante do 8º BPM e a secretaria de Ordem Pública para discutir o planejamento estratégico integrado do verão 2018, com o objetivo de prevenir e combater a criminalidade “proporcionando maior segurança para moradores e visitantes”. Uma semana depois, o pessoal de apoio também foi convocado junto à GCM, Departamento Municipal de Trânsito e setor Postura e Fiscalização. No entanto, na prática, a população tem considerado o serviço “seletivo”, com ênfase apenas nas praias e shows.
Para Vinicius Muniz, de 21 anos, morador do Centro de SJB, “roubos, brigas e bagunças estão sendo frequentes na cidade”. Na opinião do jovem, o trabalho de segurança não tem dado conta ou não tem sido suficiente para a situação. “Drogas entram facilmente em todos os lugares, gerando brigas e isso acaba até com a vontade de famílias saírem de casa”, ressaltou.
Sandy Arruda, de 24 anos, é funcionária de uma loja em Atafona e diz que quase não há patrulhamento na localidade, com exceção do Balneário nos dias de evento. Ela conta que trabalha sozinha no estabelecimento e durante a semana tem sido frequentemente perturbada por “pessoas estranhas” pedindo dinheiro ou alcoolizadas. “Tenho trabalhado com medo”, pontou.
O planejamento da prefeitura confirma atuação diária na avenida Joaquim Thomaz de Aquino Filho, no Centro. Mas para Atafona, somente em frente ao Balneário e, em Grussaí, nas imediações do Polo Gastronômico e no bairro Nossa Senhora Aparecida, próximo à base de apoio da GCM. Outra região, com registro de furtos e depoimentos insatisfeitos, é o outro lado da Lagoa. No último sábado, a reportagem da Folha conferiu de perto a situação. Em depoimento, Leandro Claudino, de 34 anos, morador de Campos e frequentador assíduo da praia, disse que as proximidades da passarela, local de travessia de motoqueiros e pedestres, tem sido alvo de assaltos. “O verão só não é melhor aqui por isso. Depois que anoitece fica muito perigoso. Não dá para passar por ali”, contou ao acrescentar ter visto a atuação da Polícia Militar no local, mas não em horário noturno.
O tenente coronel Fabiano Souza, comandante do 8º BPM, informou que o reforço está sendo realizado em São João da Barra, baseado nos principais pontos de movimentação e “manchas de registro criminal”. “O reforço está sendo maior no final de semana, mas eu tenho um policiamento recuperado para o meio de semana. Eu também não posso deixar de abastecer a cidade de Campos”, disse ao ressaltar que a atuação da PM necessita que as “reclamações” e ocorridos sejam registrados.
O delegado Carlos Augusto, da 145ª Delegacia de Polícia do município, diz que “por enquanto, o número de registros continua normal. Sentiremos isso (aumento) talvez ao longo da semana e nos próximos finais de semana”. Ele também ressalta que é de suma importância que a população registre eventuais ocorrências.