O primeiro dia de soltura de tartarugas marinhas aberta ao público atraiu cerca de 400 pessoas para o balneário de Atafona, em São João da Barra. Pelo segundo verão consecutivo, moradores e veranistas têm a oportunidade de acompanhar a atividade realizada com os filhotes da espécie Caretta caretta, que utiliza as praias da região para desovar. Além desta, outras cinco solturas estão programadas até fevereiro. A iniciativa é do Porto do Açu, em parceria com o Tamar e as prefeituras de São João da Barra e Campos. A atividade acontecerá em diferentes pontos da orla, para atingir toda a comunidade, como parte da agenda de verão dos municípios.
O objetivo da ação é apresentar à população o Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas do Porto do Açu, realizado desde 2008, e, através dele, conscientizar a todos sobre a importância da preservação. Além da rotina do programa, a equipe do Porto alertou sobre o risco do trânsito de veículos na areia e a interferência dos banhistas nos ninhos ao longo da praia.
Para o coordenador de Meio Ambiente do Porto do Açu, Daniel Nascimento, compartilhar conhecimento com a comunidade é a melhor forma de incentivar as boas práticas ambientais. “Estamos muito satisfeitos com o resultado deste primeiro encontro com a população. A nossa missão é oferecer informação às pessoas para que elas possam atuar como multiplicadoras do bem. Tivemos uma experiência muito positiva com o público na última temporada de desovas. Conseguimos levar informação e conscientização ambiental para 1.500 pessoas. Queremos alcançar um número ainda mais expressivo, desta vez”, afirmou Daniel.
A psicóloga Dann Kelly Pereira levou as duas filhas para acompanharem a soltura. “Elas ficaram encantadas. É a segunda vez que as duas vêm, mas a expressão de alegria no rosto de cada uma é sempre diferente”, afirmou.
No Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas, monitores percorrem diariamente 62 km de praia, registrando qualquer ocorrência relativa às tartarugas. O monitoramento abrange desde o Pontal de Atafona, em São João da Barra, até Barra do Furado, em Campos dos Goytacazes. Durante o período reprodutivo, que vai de setembro a março, a equipe ainda tem a missão de localizar os ninhos de tartarugas, identificá-los e acompanhá-los até o nascimento dos filhotes.
Desde o início da atual temporada reprodutiva, o programa registrou o nascimento de cerca de 6.500 filhotes. Na temporada passada, o número total de filhotes chegou a 87 mil.
O Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas atende a diretrizes técnicas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – Tamar e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). (A.N.)