Funcionários da Empresa São Salvador continuam com os trabalhos paralisados e a comunidade da Baixada Campista, sem transporte público. Os trabalhadores estão sem receber o pagamento há quatro meses. Uma situação que está chegando ao extremo da tolerância, tanto por parte da Prefeitura, através do Instituto Municipal Trânsito e Transporte (IMTT), quanto do Ministério Público Estadual (MPE). No extremo, até se cogita a possibilidade de uma nova licitação para que sejam “habilitadas empresas que tenham capacidade, competência e interesse de gerir o transporte público de Campos”. Nesta sexta (25) o IMTT vai se reunir com o representante legal do Consórcio União para que possa suprir a falta dos ônibus na Baixada.
O Ministério Público Estadual diz que há uma ação civil pública ajuizada pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Campos, que já requereu nos autos a intimação do Município para se manifestar sobre a regularização do transporte coletivo com as atuais empresas contratadas ou se vai optar por fazer nova licitação.
O presidente do IMTT, Renato Siqueira, não descarta a possibilidade de uma nova licitação para que o transporte público “seja feito com responsabilidade”. Ele informou que a Procuradoria do Município está estudando uma forma de cancelar a atual.
— Estamos estudando um meio de reverter essa situação, de acabar com essa bagunça que é o transporte público em Campos. Mas para que isso aconteça temos que obedecer a um ordenamento jurídico, por isso não tem um prazo definido. Tem todo um procedimento que tem que ser seguido para que se alcance o objetivo, que é cancelar a atual, que não atende as necessidades da comunidade de Campos — informou.
Os funcionários da Empresa São Salvador pararam na última segunda-feira. Eles estão com o pagamento em atraso há quatro meses e também o 13ª salário de 2017. Na última terça-feira eles fizeram uma manifestação em frente a Rodoviária Roberto Silveira e teve o apoio de outras empresas. O presidente do IMTT informou que a paralisação da empresa São Salvador é irregular e que o Consórcio é quem tem que tomar providências para que outras empresas fazem o itinerário previsto.
— A paralisação dos funcionários da São Salvador é ilegal e por isso a responsabilidade é do Consórcio União, que tem que restabelecer as linhas que a empresa não está cobrindo, inclusive para o Farol de São Thomé. Amanhã vou estar reunido com o representante legal do consórcio para definir como isso será feito. O que não pode é deixar a população sem ônibus — informou Renato, que declarou ainda que não haverá aumento de passagem. “Quero deixar claro que o governo não tem a intenção de aumentar o valor. Isso é uma especulação sem fundamento. A população pode ficar tranquila”.
A Folha da Manhã tentou entrar em contato por telefone com o presidente do Setranspas, Gilson Meneses, com empresários do setor, mas eles não atenderam as ligações.