Maior competição das divisões de base do futebol brasileiro, a Copa São Paulo de Futebol Junior reúne as chamadas joias que nascem nos gramados do país a cada início de ano. Clubes de grande expressão, mas outros sem tradição alguma se envolvem na disputa. Quanto aos clubes campistas, até hoje nem Americano, Goytacaz, Rio Branco ou Campos foram convidados ou indicados para a disputa que traz grande visibilidade para os clubes e as futuras promessas dos campos do país.
A presença dos clubes na Copinha, como é também denominada, obedece à colocação dos clubes nos respectivos campeonatos estaduais, além de convites por parte da Federação Paulista de Futebol (FPF), organizadora do torneio. Um das cláusulas do regulamento da competição prevê que a quantidade de clubes e distribuição das vagas fica a critério da FPF.
No Americano, a inclusão do alvinegro na Copinha do próximo ano é uma das ambições do presidente do clube, Carlos Abreu, no próximo ano.
— Estamos trabalhando para isso. A Copa São Paulo é uma competição de grande visibilidade, logo nos interessa. Em julho, iremos a São Paulo para mostrar nosso portfólio, o centro de treinamentos, o futuro estádio do Americano e o trabalho que realizamos nas divisões de base, além da organização da Prime Cup que acabamos de realizar, entre outros trunfos — afirmou Abreu, que integra a Associação Brasileira de Executivos de Futebol (ABEF).
O presidente do Goytacaz, Dartagnan Fernandes, disse que os clubes de Campos não entram na Copinha devido ao posicionamento no ranking estadual.
— Além dos quatro considerados grandes clubes, há ainda outras três indicações que a Federação faz dos clubes melhores ranqueados no último Campeonato Estadual, casos do Madureira, Boavista e o Nova Iguaçu. São exatamente esse os clubes do Rio que estão disputando a Copinha. Quem entrar por convite da Federação Paulista paga uma taxa de inscrição que não é barata, não —, disse.
O presidente do Clube Esportivo Rio Branco, Edson Moreira dos Reis, afirmou que o seu clube já tentou há alguns anos se inscrever na disputa da competição, mas não logrou êxito. Edinho considera a Copinha um torneio mercantil ao gosto de empresários e clubes que vivem da transação de jogadores, notadamente para o exterior.
— Houve uma época que a Federação Paulista de Futebol convidava os clubes de melhor colocação em cada estado no sub-20. Há alguns anos, o Rio Branco estava no auge nas categorias de base, chagamos a conquistar um título brasileiro. Fizemos de tudo, tentamos, mas não conseguimos a vaga. Diziam que a inscrição era tanto, depois ficamos sabendo que havia ainda outra taxa a um custo bem mais elevado. Não foi possível.
Para o dirigente riobranquense, o futebol virou “um grande negócio”, sendo a Copinha o espelho desta realidade.
— Tem clube que você nunca ouviu falar, mas que se inscreve na Copa São Paulo com dinheiro que recebe de empresários. A agremiação apenas empresta o nome para disputar a Copinha, mas os direitos econômicos desses jogadores pertencem a esses empresários. É uma troca de interesse— contou.