Aldir Sales e Aluysio Abreu Barbosa
16/12/2017 19:06 - Atualizado em 19/12/2017 15:54
Pré-candidato a deputado federal, o assessor especial do prefeito Rafael Diniz (PPS) César Tinoco tem a política no sangue. Ele é filho do ex-vereador Carlos Tinoco, que auxiliou o avô de Rafael, Zezé Barbosa, durante seu mandato na Prefeitura de Campos na década de 1980. Reeditando a dobradinha familiar na política campista, Tinoco destaca que está mais preocupado em ajudar Diniz a fazer uma boa gestão e anunciou que o Hospital de Travessão será inaugurado ainda em 2017. Para o próximo ano, o assessor diz que as obras Hospital São José serão entregues e que existe a possibilidade da reabertura do Restaurante Popular. César lembrou ainda que o município já pagou R$ 40 milhões em juros da “venda do futuro”, que daria para manter os programas sociais. Caso confirme a candidatura, essa será a primeira eleição do empresário, que também analisou o cenário com os principais concorrentes.
Folha da Manhã - Por que se lançar pré-candidato a deputado federal?
César Tinoco - Primeiro, essa é uma questão do nosso grupo. Como você bem disse, é uma pré-candidatura. Não existe ainda uma candidatura, mas é uma pré-candidatura. E não é uma decisão de Rafael (Diniz) ou de César. Nós temos um grupo e esse grupo levantou o meu nome e a gente está trabalhando nisso. Mas antes disso, estamos com foco na gestão. Existe a possibilidade da pré-candidatura diante da conversa do nosso grupo.
Folha - Você é pré-candidato?
César - Eu sou pré-candidato.
Folha - Como alguém que nunca ocupou cargo eletivo na política pode se eleger? Que exemplo tirar da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)?
César - Eu milito na política junto com o prefeito Rafael antes de ser assessor especial, antes de ser pré-candidato, eu sou amigo de Rafael e a gente milita na política desde 2000, quando o meu querido tio Sérgio (Diniz), pai de Rafael, veio candidato a vereador. Naquela ocasião ele se elegeu. E a política está no sangue, o meu pai foi vereador por dois mandatos. A gente está nessa história há muito tempo. E sobre a Dilma?
Folha - A Dilma também, antes de ser presidente, nunca foi eleita a nada. Que exemplo você tira de Dilma?
César - É realmente um bom exemplo. A gente milita, mas por trás. Sempre estive por trás, junto com Rafael, que sempre foi um homem de frente. Por trás de Rafael, essa que é a verdade. E a experiência que a gente vai adquirindo ao longo dos anos.
Folha - Ninguém que acompanha a política de Campos atrelará ao prefeito Rafael Diniz (PPS) uma vitória do presidente da Câmara Municipal, vereador Marcão (Rede), em sua pré-candidatura a deputado estadual. Com você, não. Se ganhar, ou perder, todo o crédito será dado a Rafael. Não é uma aposta arriscada?
César - Acho que toda eleição é um risco. Eleição a gente ganha na urna. E a gente não tem esse medo. O importante é pensar na gestão agora. Estamos realmente com alguns problemas, que são oriundos da última gestão. Estamos arrumando a casa. Tínhamos um déficit de R$ 57 milhões e conseguimos baixar para R$ 30 milhões.
Folha - Déficit o quê?
César - Mensal. Mas, agora, eleição é na rua. E esse medo não me vem.
Folha - Na pesquisa do instituto Pappel, de novembro, seu nome surge em quinto lugar entre os pré-candidatos locais a deputado federal. Com 8,7% das intenções de voto, você fica atrás do ex-prefeito são franciscano Barbosa Lemos (PSB), com 8,64%; do vereador Jorginho Virgílio (PRP), com 9,42%; do vereador José Carlos (PSDC), com 10,52%; e de Wladimir Garotinho (PR), que lidera com 14,03%. Não está muito atrás na corrida? Como avançar posições até outubro de 2018?
César - Primeiro que eu já fico muito feliz de pontuar na pesquisa, uma vez que meu nome nunca foi lançado a nada. Todos os citados são vereadores de mandato, um ex-prefeito e o próprio Wladimir, que tem uma densidade política, com certeza, maior do que a minha. Não há problema nenhum nisso. Só de aparecer na pesquisa eu fico muito satisfeito. E não entramos ainda em uma pré-candidatura efetiva. Acho que tudo tem seu tempo e fico feliz de estar aparecendo na pesquisa.
Folha - E qual é esse tempo?
César - Olha, acredito que o tempo certo... O prefeito também está nesse tempo dele, ele está pensando no tempo dele...
Folha - E o seu? O tempo da sua pré-candidatura?
César - Tenho dito que o meu tempo é mesmo o tempo legal. Acho que lá para abril. No tempo legal eu já me sinto tranquilo.
Folha - Você falou que reconhece em Wladimir uma densidade política maior do que a sua. É correto supor que a disputa entre as pré-candidaturas sua e de Wladimir reproduzirão em 2018 um novo embate entre Rafael e o ex-governador Anthony Garotinho (PR). Assumindo a capilarização do pai em todo o Estado do Rio, seria um ponto de honra você ficar à frente pelo menos entre os eleitores de Campos?
César - Sem dúvida. Não fujo desta pergunta, é uma questão de mostrar a força do governo Rafael. Quanto ao Wladimir representar o próprio pai, espero que ele não siga muito por esse caminho. Ele é uma pessoa jovem, tem que ter as ideias dele também. Que ele consiga mesclar o que é bom e ruim do pai dele para uma disputa mais saudável.
Folha - O que é bom e ruim em Garotinho?
César - O próprio legado que ele deixou de antecipar as eleições é uma coisa que hoje prejudica nossa cidade. Hoje todo mundo fala: “poxa, você tem que estar mais na rua, tem que estar fazendo campanha”. Mas não existe campanha ainda. Isso é um histórico que Campos tem, acho que deixado por Garotinho. Acho que tudo no seu tempo.
Folha - E o que ele tem de bom?
César - Não sei.
Folha - Você falou que em relação a Wladimir ele...
César - Que ele busque isso. Que ele busque o que ele ache que seu pai tem de bom. Eu não sei o que...
Folha - Carisma?
César - Não.
Folha - Se Wladimir se eleger à Câmara Federal, o que não é difícil, dado o eleitorado pulverizado que o pai ainda mantém, ele passará a ser, naturalmente, o nome mais forte da oposição na sucessão de Rafael, em 2020?
César - Concordo.
Folha - E como você encara isso?
César - Com naturalidade. Acho que Rafael tem que buscar fazer um bom governo. Fazendo um bom governo, Rafael vai ter um bom espaço e vai manter sua força.
Folha - E se, além de Vladimir se eleger, você não conseguir fazê-lo? Isso não poderia ser encarado simbolicamente pelo eleitor como uma prévia de 2020?
César - Não acredito. Se Rafael estiver forte, se estiver bem, que é o que acredito que ele vai estar na época da campanha, naturalmente o candidato que ele apoiar, se for eu ou outro, se ele vai apoiar Marcão para estadual, realmente tem mais chances.
Folha - No cruzamento de dados da pesquisa Pappel, você aparece mais forte nas 98ª e 99ª Zonas Eleitorais (ZEs), unidas no rezoneamento eleitoral de 4 de outubro. Entre eles, você pula para segundo entre os pré-candidatos locais a Câmara Federal, com 11,99% das intenções de voto, mas ainda atrás de Wladimir, que tem 13,27%. Apesar do seu bom percentual, Wladimir lidera até entre um eleitorado que, tradicionalmente, sempre foi refratário ao garotismo. Como analisa isso?
César - Acho que o nome do Wladimir é muito mais conhecido do que o meu. É natural que isso aconteça. Como falei, hoje eu não penso na pré-candidatura politicamente. Hoje eu penso em ajudar o prefeito Rafael Diniz a fazer uma boa gestão. Tudo tem sua hora.
Folha - Em contrapartida, na união das antigas 75ª (Baixada Campista) e 249ª (do IPS à Penha), segundo a amostragem do Pappel, você tem o pior desempenho. Cai para sexto entre as pré-candidaturas locais a deputado federal, ficando com apenas 6,68% das intenções de voto. Dado seu elo visceral com a gestão Rafael, é correto supor que essas são as regiões mais críticas à administração municipal? Na campanha e nas ações de governo, como reverter isso?
César - Aí a gente tem que entender que realmente essa zona é mais populosa. A gente tem que entender que Rafael hoje, com uma dificuldade do governo, com fim dos programas sociais. Acho que tudo repercute.
Folha - Qual sua posição pessoal sobre o fim dos programas sociais?
César - Eu sou a favor do Restaurante Popular, assim como o prefeito. Sou a favor da passagem a R$ 1, assim como o prefeito também é. Só que eram modelos falidos. O modelo da passagem a R$ 1 quebrou as empresas. No Restaurante Popular tinha comerciantes que comiam lá. Acho que é um modelo que tem que ser revisto. E estamos revendo, amadurecendo melhor para poder relançar esses projetos lá na frente.
Folha - Você acha que isso acontece no governo Rafael?
César - Se Deus quiser, no próximo ano, em 2018. Vamos fazer tudo para que sim.
Folha - Passagem Social e restaurante?
César - Passagem Social eu não sei. É mais complexo. Mas o restaurante estamos caminhando bem para isso.
Folha - Tem algum prazo?
César - Não. No ano que vem.
Folha - Como você analisa hoje o governo Rafael? Em seu entender, quais seriam hoje seus pontos fortes e falhos?
César - Se a gente for pensar pela questão orçamentária, nós temos hoje metade. Por exemplo, a Saúde, que é uma dificuldade nossa e de todo o Brasil. Hoje Campos tem metade do orçamento, mas atende a mais de 1 milhão de pessoas da região toda. Temos aproximadamente 500 mil habitantes, mas atendemos a 1 milhão de pessoas.
Folha - Por ser polo regional.
César - Exatamente. E com metade do orçamento em relação a última gestão. E acredito muito que a Saúde é realmente um problema que a gente enfrenta. Sempre vai ser, acho que de todos os gestores. Mas temos que buscar a melhoria.
Folha - E qual o ponto forte?
César - Posso citar vários para você. A parte do esporte, por exemplo, o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Raphael Thuin, quando chegou, atendia a 1.200 pessoas. E agora tem mais de 11 mil. Vamos reabrir o Hospital de Travessão, vamos abrir o Hospital São José, no próximo ano. O de Travessão neste ano. Estamos colocando ar condicionado, mobiliário e neste ano ainda entregamos o Hospital de Travessão.
Folha - Nas redes sociais, muita gente que votou no prefeito sinaliza desapontamento, alguns até arrependimento. Como reverter isso no ano eleitoral de 2018?
César - É importante dizer que nós somos, e isso é natural, muito imediatistas. Rafael pegou a Prefeitura em uma condição difícil. Então, às vezes, a gente quer um resultado muito rápido, mas realmente ele não pode dar. Peço paciência. A gente precisa ter essa paciência e acreditar no prefeito. O prefeito quer o melhor para a cidade e vai mudar. E é preciso trabalhar, colocar em prática, reduzir ainda mais o déficit mensal, acreditando também em uma melhora dos royalties. Já existe uma perspectiva da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Folha - Ainda na fase de transição, você surpreendeu ao não ser nomeado logo de cara ao governo. Mas logo no dia 3 de janeiro, assumiu a assessoria especial do prefeito. Houve hesitação? Por quê?
César - Não, não houve hesitação nenhuma. Como eu disse, sempre fui uma pessoa por trás. Sempre estive junto com o Rafael, é meu amigo pessoal, a gente sempre caminha junto, mas sempre estive por trás. Nunca tive uma expectativa de assumir alguma secretaria e nem nada disso. O meu papel é estar ao lado dele. Então esse sempre foi o nosso combinado.
Folha - Qual é seu papel como assessor especial do prefeito? Na gaiatice das mesmas redes sociais, você é eventualmente comparado a vereadora Linda Mara (PTC), cassada na terça (12) pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no papel que ela exercia junto a Rosinha, quando esta era prefeita. Como vê a analogia?
César - Com tranquilidade. Não conheço a Linda Mara pessoalmente, não tenho nada a falar dela. O meu papel na assessoria especial do prefeito é estar ao lado dele, ajudando a tomar as decisões, procurando os secretários, os superintendentes para o prefeito, em nome do prefeito e trabalhando diariamente junto dele.
Folha - Internamente, seu papel no governo é destacado na sintonia com o deputado federal Paulo Feijó (PR), na captação de recursos da União, sobretudo para a área da Saúde. Há quem também destaque sua importância no diálogo com representantes de diversas localidades. Como a experiência o tem afetado?
César - A questão de buscar os recursos, eu realmente me empenhei nisso. O Paulo Feijó é um deputado que é um grande parceiro da cidade de Campos, independente do prefeito que ali está. Realmente temos muita afinidade com o deputado Paulo Feijó. Inclusive a primeira candidatura que eu e Rafael participamos do tio Sérgio, ele (Feijó) era candidato a prefeito e nós participamos também da campanha de Feijó. É um prazer estar junto ao Feijó, com a experiência dele que conta muito. E ele conseguiu agora recurso para a retomada das obras para o Hospital do Hemocentro de Campos, é uma coisa que eu busquei muito com o deputado, através do prefeito e a gente está conseguindo uma boa parceria.
Folha - Cinco vezes deputado federal, vereador, presidente da Câmara Municipal, Feijó já anunciou diversas vezes que vai encerrar a carreira política dele, pelo menos com mandato eletivo. Essa aproximação sua com ele significa também um apoio a sua pré-candidatura?
César - O prefeito e eu viemos conversando com o deputado Feijó. Um ponto importante, que é o que eu falo para o deputado Feijó e para o prefeito, e agora é o César falando, assessor especial do prefeito, é que Feijó é muito importante para o governo Rafael Diniz. Eu acredito muito nisso. A experiência do Feijó. Ele já vem demonstrando essa parada em cargos eletivos, então acho importante Feijó estar mais perto do governo Rafael. A construção é essa. É real e existe.
Folha - E quanto a sua candidatura?
César - Seria um prazer o Feijó estar me apoiando.
Folha - Marcelo Mérida também conta com esse apoio.
César - Não estou sabendo.
Folha - Ele falou em entrevista aqui.
César - Não estou me recordando, mas também queria muito que o Feijó me apoiasse, seria muito importante e um prazer tê-lo ao meu lado.
Folha - Coisa rara em Campos, você é uma pessoa da qual quase ninguém fala mal. Pelo contrário, é tido como sujeito afável, simpático e agregador por quase todos que o conhecem pessoalmente. Como este perfil ajuda em sua pré-candidatura? No que ele terá que mudar, ou ser acrescido de outras características, durante a campanha?
César - Eu não pretendo mudar. Acho que esse é meu jeito, eu sou amigo dos amigos. Assim eu comecei na política e assim eu vou terminar. Acho que em primeiro lugar é a amizade, independente do apoio político ou não. A gente tem que saber separar. Aprendi isso muito com o meu pai, com o meu tio Sérgio Diniz, com o próprio Zezé Barbosa, que nos aconselhava muito a separar as coisas.
Folha - Em que sua experiência como empresário e promotor de eventos influencia sua atuação na assessoria especial do governo e como pré-candidato?
César - Gerenciar crise. Acho que isso é realmente, guardada as devidas proporções. Mas, o tempo todo, na minha profissão, estava fazendo. Agora estou parado. E acho que serenidade a tomar as decisões. Isso eu aprendo com o próprio prefeito. Mais do que eu, ele tem essa serenidade de tomar as decisões. Às vezes a gente quer resolver muito rápido e não é dessa forma.
Folha - Reflexão?
César - Reflexão.
Folha - Você falou que aprendeu com seu pai, com Sérgio Diniz, com Zezé a separar as coisas. Seu irmão, o empreiteiro Cristiano Tinoco tem atuado na gestão Rafael? Como fazer a separação devida nessas relações entre governos e empreiteiras, que têm gerado tantas notícias negativas no Brasil dos últimos anos?
César - Meu irmão tem, até onde eu sei, um contrato com o Hospital de Travessão, que já vem desde a última gestão.
Folha - Esse que vocês vão entregar em dezembro.
César - Esse que vamos entregar em dezembro. Contrato firmado pela gestão Rosinha. No governo de Rafael não tem nada e ele trabalha há mais de 20 anos com as prefeituras. Trabalhou em Búzios, São Francisco de Itabapoana, Campos. A relação de amizade a gente tem que separar do empresário.
Folha - Não é segredo para ninguém sua amizade fraternal com Rafael. É uma relação montada desde a infância, que se solidificou quando ele ainda sonhava em seu candidatar a vereador, em 2012. Se você for candidato e se eleger, terá que passar vários dias à distância de Brasília. Até pela questão da confiança do prefeito, quem poderia ocupar seu lugar na administração?
César - Acho que são várias as pessoas que podem me substituir. Acho que o Rafael tem exemplos dentro do próprio gabinete, o (Alexandre) Bastos (chefe de Gabinete). Ele está junto de Rafael, tem o Fábio Bastos, secretário de Governo, uma pessoa que é extremamente política.
Folha - José Paes (procurador do município)?
César - O José Paes, que também é outra pessoa do nosso grupo. É uma decisão do próprio prefeito. Essa parte eu vou deixar para o próprio prefeito decidir.
Folha - Se você tivesse de indicar o seu sucessor num governo eleito, indicaria quem?
César - Qualquer um desses três. Zé Paes, Bastos, Fábio, estaria excelente.
Folha - A figura do “amigo do rei” remonta a Antiguidade. Não seria mais recomendável continuar a atuar nas coxias? Por que tentar assumir papel de destaque no palco da peça?
César - Como falei, nosso grupo basicamente é esse: Bastos, (Thiago) Bellotti (superintendente de Comunicação), Brand (Arenari, ex-secretário de Educação), Zé Paes, Fábio Bastos. Nós temos esse grupo diariamente. E esse grupo entende que o meu nome é o mais viável. Como falei no início, talvez não seja, mas hoje eles acham. E eu concordo. Acho que meu nome é viável.
Folha - Seu pai, o falecido empresário Carlos Tinoco, foi vereador duas vezes, entre 1977 e 1988. Como Rafael e Wladimir, você é filho de um político. Que lições leva dele em sua vida pessoal, profissional, no governo municipal e num eventual mandato de deputado federal?
César - Eu recordo muito do que meu pai me dizia das dificuldades da época de vereador que Zezé tinha com relação a recursos. É uma coisa até que se assemelha ao que estamos vivendo hoje. Ele sempre foi uma pessoa amiga e isso, graças a Deus, ele me deixou. Eu sou amigo realmente dos amigos, gosto e aprendi muito isso com ele. Agora a parte política está no sangue e eu busco muito o espelho dele que foi uma pessoa que teve uma trajetória política muito boa, tranquila. Curta, mas tranquila. Fazendo hoje essa comparação, eu sei que ele foi uma ajuda a Zezé em busca de recursos e eu também seria uma ajuda a Rafael em busca de recursos. E a gente sabe que o governo federal é que ajuda bastante o governo municipal.
Folha - Fique à vontade para fazer alguma consideração final.
César - Só esse ano, a gente já pagou mais de R$ 40 milhões só com a “venda do futuro” com os juros das parcelas nesses 11 meses. Com esse dinheiro, a gente conseguiria manter a maioria dos projetos sociais. Muita gente não sabe, mas a gente está pagando a conta e isso é importante lembrar. Para se manter hoje o Restaurante Popular, são de R$ 250 a 300 mil mensais. A passagem, como falei, era um modelo falido, mas que se for bem estudado, a gente pagava de R$ 1,5 milhão a 2 milhões por mês. E com esses R$ 40 milhões a gente conseguiria manter, o que é importante a gente lembrar.