A polêmica vaga de conselheiro efetivo no Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi finalmente definida nesta sexta-feira. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) oficializou a nomeação de Rodrigo Melo do Nascimento para o lugar de Jonas Lopes de Carvalho, ex-presidente do órgão e delator de um esquema de propina envolvendo seis dos sete membros da Corte e que deu origem a operação O Quinto do Ouro.
Na última quinta, Melo teve o nome aprovado em votação na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com 11 abstenções. Na semana passada, ele foi sabatinado por parlamentares, mas a oposição achou insuficiente suas explicações para que tenha desistido de concorrer à vaga quando o governador indicou o nome do deputado estadual Edson Albertassi (PMDB).
Na ocasião, Albertassi era tido como franco favorito à vaga, mas acabou preso na operação Cadeia Velha. O Ministério Público Federal (MPF) afirma que a eleição do parlamentar poderia significar a retomada de poder de uma organização criminosa num importante órgão do governo.
Em uma carta, Rodrigo Melo e outros conselheiros substitutos da Corte abriram mão de concorrer. A carta, diz a Polícia Federal, foi escrita pelo próprio Albertassi.
Rodrigo Melo substitui o ex-presidente da Corte, Jonas Lopes, que foi preso e se tornou delator na Lava Jato. O filho dele, Jonas Lopes Neto, admitiu desvios de mais de R$ 20 milhões para que o TCE fizesse “vista grossa” em superfaturamentos de obras públicas em troca de propina.
Com a aposentadoria, Lopes, que foi indicado ao cargo pelo então governador Anthony Garotinho, em 2000, receberá mais de R$ 30 mil mensais. (A.N.) (A.S.)