Suzy Monteiro
14/12/2017 21:39 - Atualizado em 16/12/2017 16:36
O empresário Fernando Trabach, alvo da Caça-Fantasma, está negociando delação. E a maior parte, segundo informações do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, citaria o ex-governador Anthony Garotinho, atualmente preso em Bangu 8, mas pela operação Caixa d’água. Trabach está preso desde final de novembro.
Trabach é apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como líder de uma organização e responsável por usar uma pessoa fictícia, George Augusto Pereira da Silva, com o objetivo de cometer crimes licitatórios e contra a ordem tributária. O chamado “fantasma” foi usado para vencer licitações em vários municípios do Estado e figurou como sócio de dezenas de empresas e outorgante de procurações para atuação junto a bancos, cartórios e prefeituras. A GAP tinha contrato com a Prefeitura de Campos durante a gestão Rosinha, para locação de ambulância.
Trabach começou as negociações com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro logo após a prisão, em agosto. Foi solto pouco depois, com o acordo fechado. Em novembro, porém, voltou a ser detido, consequência da operação Mercado de Ilusões. Segundo Lauro Jardim, uma das condições estabelecidas para a colaboração era que Trabach não fosse preso novamente.
No início de agosto, o MPE cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do casal Garotinho, na Lapa, em Campos, e na Prefeitura. Em novembro, quando já estava preso, Garotinho chegou a prestar depoimento sobre o assunto. O conteúdo não foi revelado.
A GAP Comércio e Serviços Especiais tinha como dono o fantasma George Augusto Pereira. Em 2009, no primeiro ano da gestão de Rosinha, a GAP foi contratada para alugar ambulâncias ao município e recebeu R$ 32 milhões entre 2009 e 2011. O MPE apontava fraude na licitação que resultou na contratação desde agosto de 2011. A prefeitura, porém, só rompeu o contrato com a GAP após a revista ÉPOCA revelar que George era um “fantasma”.
Além de prestar serviço à prefeitura administrada por Rosinha, a GAP foi contratada em 2011 pelo gabinete do então deputado federal Garotinho para locar um carro em Brasília. A despesa foi paga com dinheiro da Câmara, que banca a atividade parlamentar. Na mesma época, a empresa chegou a emprestar um carro para Wladimir Matheus.
Em nota anterior, a ex-prefeita Rosinha afirmou que a Prefeitura de Campos foi vítima da ação do esquema montado pela GAP, a exemplo de outras prefeituras e órgãos públicos do estado.