Quatro presos por suspeita de corrupção
06/12/2017 11:53 - Atualizado em 06/12/2017 15:16
 
Operação visava cumprir 22 mandados
Operação visava cumprir 22 mandados / Divulgação
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), e a Polícia Federal, realizam ontem a operação Basura – lixo em espanhol – para cumprir quatro mandados de prisão contra o presidente de uma autarquia municipal de Cabo Frio, um ex-policial militar e dois empresários da região. O grupo foi denunciado pelo MPRJ pela prática de crimes de organização criminosa, fraude em licitação e peculato. Além dos quatro que tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, foram denunciados outros 12 envolvidos no esquema, entre servidores e laranjas. A operação visava ainda ao cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a denúncia, o presidente da autarquia – a Companhia de Serviços de Cabo Frio (Comsercaf) – Cláudio de Almeida Moreira, é o líder da organização criminosa. Segundo o MPRJ, ele controla todas as contratações realizadas pelo órgão, incluindo de funcionários e de empresas fornecedoras de equipamentos e serviços terceirizados.
Ainda segundo a denúncia, Claudio Moreira celebrou, desde janeiro deste ano, diversos contratos com dispensa indevida de licitação, sob a falsa motivação de emergência, para terceirização de serviços de coleta de resíduos sólidos, varrição, capina e limpeza urbana no município de Cabo Frio. Além disso, de acordo com as investigações, alguns contratos foram fracionados para permitir o enquadramento na modalidade de carta convite e favorecer empresários ligados à organização criminosa. Para o MPRJ, na maioria dos casos, as empresas contratadas sequer possuem condições técnicas e pessoal o suficiente para cumprir os serviços, e servem exclusivamente como “fachada” para o desvio do dinheiro público.
Uma destas empresas, a Prime Serviços Terceirizados, foi contratada sem licitação por quase R$ 3 milhões por mês, para prestar o serviço de coleta de lixo. Segundo as investigações, a empresa está registrada em nome de um laranja, que nem mesmo mora no Brasil. Os donos de fato da Prime, segundo o MPRJ, são Bruno Toledo e Pablo Angel Santos Rodrigues. Os dois tiveram a prisão preventiva decretada.
O quarto integrante da organização criminosa com mandado de prisão expedido pela Justiça é o policial militar reformado Antônio Carlos Leal de Carvalho Filho. De acordo com o Ministério Público fluminense, o ex-PM fazia parte do quadro de funcionários da autarquia, porém, não comparecia para trabalhar. Em vez disso, prestava serviços particulares a Claudio Moreira, na maior parte do tempo como motorista. (A.N.)

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