O ex-governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) prestou, nesta terça-feira, novo depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. E classificou como “presente de puxa-saco” o anel de 220 mil euros dado a sua esposa, Adriana Ancelmo, pelo ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, em 2009.

Cabral também disse que não atuou na escolha das empresas que participaram da licitação para a reforma do Maracanã e deu a entender que o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), então secretário de obras, teve autonomia no processo: “Presente de puxa-saco para me agradar, para minha mulher, que foi devolvido e ele assumiu”, disse Cabral, acrescentando: “Devolvi para ele em 2012 (o anel) e não quis mais conversa, rompemos relações”, afirmou.

Cavendish disse que o anel foi uma contrapartida para a construtora Delta participar da licitação da reforma do estádio do Maracanã para a Copa de 2014, com 30% da obra. Também na segunda, o ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa havia afirmado que a Delta foi imposta no convênio do Maracanã por Cabral: “Sobre escolhas da empresa (na licitação), não participei. Não indiquei nenhum membro da comissão. Meu então vice, Pezão, foi meu secretário de obras. Dei autonomia ao então secretário de obras e assim ele fez”, disse.

Cabral também fez críticas a seu sucessor: “Infelizmente esse governo atual foi incapaz de manter o Teleférico do Alemão funcionando. Fico triste. Hoje saí da cadeia e vi carros da PM caindo aos pedaços. A crise não é minha não. Saí em abril com dinheiro em caixa, pagava em dia servidor”.