Aldir Sales
01/12/2017 22:32 - Atualizado em 04/12/2017 16:26
A ex-governadora Rosinha Garotinho (PR) já está com tornozeleira eletrônica. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) notificou nesta sexta-feira o juiz Ralph Manhães, da 98ª Zona Eleitoral de Campos, sobre o cumprimento da medida cautelar. A ex-prefeita de Campos foi beneficiada com um habeas corpus parcial no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na última quarta-feira, quando a prisão temporária foi revertida em medidas restritivas, como monitoramento eletrônico, impedimento de deixar o município do Rio sem autorização judicial e recolhimento domiciliar à noite e aos finais de semana. No entanto, o marido dela, o também ex-governador Anthony Garotinho (PR) teve a prisão preventiva mantida pelo TRE. Ele é acusado de chefiar um esquema de propina com empresários locais dentro da Prefeitura de Campos durante a gestão da esposa. Enquanto isso, o delegado Carlos César Santos, da 21ª Delegacia de Bonsucesso, quer autorização judicial para levar Garotinho para a Cidade da Polícia fazer o retrato falado do suposto suspeito de agredi-lo dentro da cela da Cadeia de Benfica, depois que o equipamento levado pela Polícia Civil para Bangu 8, onde ele está preso, deu defeito.
Depois de sair de Benfica, Rosinha foi para o apartamento da família Garotinho no Flamengo, Zona Sul. Na quinta-feira, o juiz Ralph Manhães, da 98ª Zona Eleitoral de Campos, chegou a determinar que Rosinha Garotinho cumprisse as medidas em Campos, mas a desembargadora Cristiane Medeiros Frota, relatora do caso no TRE, comunicou o juízo da 98ª ZE de que as cautelares deveriam ser cumpridas no Rio de Janeiro.
Depois de alegar ter sofrido uma agressão dentro da cela onde estava preso sozinho em Benfica, mesmo com as imagens do circuito interno da cadeia não tendo flagrado nenhuma movimentação no setor onde estava, Anthony Garotinho pode ser levado para a Cidade da Polícia para fazer o retrato falado do suposto agressor. O ex-secretário municipal de Governo foi proibido por Ralph de sair de Bangu 8 para ir à delegacia. Durante a semana, uma equipe da 21ª DP esteve no presídio de segurança máxima, mas o computador usado pelos agentes deu defeito. Agora, o delegado quer pedir uma autorização da Justiça Eleitoral para que Garotinho possa fazer a identificação do suspeito fora de Bangu.
Na quinta, o político da Lapa relatou à Polícia Civil que recebeu um bilhete quando chegou a Benfica, mas não quis revelar o teor das anotações.
Também nesta sexta, a defesa do ex-secretário de Governo Suledil Bernardino protocolou um habeas corpus na 98ª Zona Eleitoral. Já o ex-subsecretário da mesma pasta, Thiago Godoy, protocolou recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o relator, ministro Jorge Mussi, disse que vai aguardar o mérito ser julgado no plenário do TRE.
Em nota, a defesa do casal Garotinho nega qualquer irregularidade e diz que os dois são alvo de uma perseguição política desde que começaram a denunciar o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), condenado a mais de 70 anos de prisão por corrupção.
Foragido se escondeu em imóvel da Câmara
Acusado de repassar R$ 3 milhões de propina da JBS à campanha do ex-governador Anthony Garotinho em 2014, o presidente nacional do Partido da República (PR), Antonio Carlos Rodrigues se escondeu em um apartamento funcional da Câmara dos Deputados a menos de 3 km da Superintendência da Polícia Federal de Brasília durante os dias em que ficou foragido da Justiça. A informação foi revelada pela TV Globo.
Rodrigues teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Glaucenir Oliveira, então responsável pela 98ª Zona Eleitoral de Campos, na semana passada. Além dele, também foram presos Garotinho e sua esposa, a ex-prefeita de Campos Rosinha Garotinho (PR), todos acusados de participarem de um esquema de caixa dois para campanhas eleitorais. No entanto, o ex-ministro dos Transportes do governo Dilma Rousseff (PT).
O presidente do PR ficou foragido por sete dias e se entregou à Polícia Federal na última terça-feira, quatro dias depois de o advogado dele dizer que ele não viveria as humilhações do cárcere. Rodrigues foi transferido na quinta-feira para a cadeia em Benfica.
O juiz do caso chegou a cobrar providências para que fosse cumprida a ordem de prisão de Antonio Carlos Rodrigues. A polícia disse que não localizava o político, mas ele foi visto no prédio onde fica a sede do PR na capital federal. Segundo a reportagem, a moradora que deu cobertura ao foragido é Maria Tereza Buaiz. Pelo sistema da Câmara, ela é funcionária da liderança do PR.
No entanto, Maria Tereza não é vista por lá. Funcionários da casa legislativa afirmaram à TV Globo que a mulher que deu guarida ao presidente do PR trabalha na sede do partido, em um complexo de salas comerciais no centro da capital federal. A Câmara pediu o apartamento de volta, porém, uma liminar manteve a moradora com o imóvel que essa semana serviu de abrigo para o foragido do PR.