Jéssica Felipe
25/12/2017 15:26 - Atualizado em 27/12/2017 15:16
Oficialmente o verão começou no dia 21 e para as pessoas que curtem a programação no litoral sanjoanense já há indicativos de como os eventos de 2018 irão ocorrer. No último dia 6, a Câmara aprovou um projeto de lei que permite o uso, pela iniciativa privada, de espaços públicos municipais para a realização de eventos culturais, de entretenimento e lazer, um formato que segue o modelo adotado nesse ano. A parceria divide opiniões e aguarda o processo de licitação para as empresas interessadas. A diferença entre o trâmite deste ano, com o do ano passado é a antecedência na aprovação e sanção da lei, já que em 2017 foi aprovada em 10 de janeiro.
Até 2015 São João da Barra contemplou programações de grande proporção na estação mais quente do ano, incluindo shows nacionais que alcançaram milhares de pessoas. No final daquele mesmo ano, o então prefeito José Amaro Martins de Souza Neco anunciou que a programação do verão 2016 seria exclusivamente composta por shows locais e regionais, devido à queda de arrecadação no município. Pós-virada, comentários e reclamações surgiram nas redes sociais. Na ocasião, chegou a ser divulgado que a diferença de público entre um verão e outro foi de mais de 40 mil pessoas.
Em 2017, a nova gestão do município, através do vice-prefeito eleito Alexandre Rosa, anunciou que a cidade teria programação de verão a partir da segunda quinzena de janeiro, visto que o Réveillon ainda era de responsabilidade do governo anterior. Conforme esperado, as atrações para a virada foram realizadas por iniciativas privadas.
Como prometido e justificando ter recebido o município endividado, em janeiro de 2017 a prefeitura anunciou a realização de 10 shows nacionais com recomendação de entrada gratuita pelo “Projeto Verão Balneário 2017”, uma iniciativa privada sem custos para o município.
Conforme aprovado no último dia 6, a expectativa é que 2018 siga este mesmo modelo. A lei foi sancionada pela prefeita Carla Machado e publicada no Diário Oficial do município no dia 7 de dezembro. Amanhã, às 16h, acontece a sessão pública para recebimento, análise e julgamento das propostas do processo seletivo público para escolha da empresa interessada em utilizar a área do Balneário de Atafona na realização da programação do verão 2018.
Festival gastronômico superou expectativas
Outra iniciativa que movimentou o ano de 2017 em São João da Barra foi a primeira edição do Festival Gastronômico Sabores da Barra, realizada em abril. O evento alcançou um público de 27 mil pessoas e movimentação financeira de R$ 650 mil. Avaliado pela gestão pública no mês seguinte, o festival foi considerado um sucesso por unanimidade entre os participantes.
Realizado pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai) e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento com parceira da Prefeitura Municipal de São João da Barra, o objetivo proposto foi estimular a cultura gastronômica, o turismo e a economia local.
— Desta forma, fomentamos o turismo e a economia, gerando lazer e entretenimento para a população — disse a prefeita Carla Machado. Ela afirma estar propondo e discutindo políticas públicas de fortalecimento do setor gastronômico.
Ambulantes fazem ressalvas sobre projeto
Ângela Amaral, de 54 anos, é presidente da Associação Sanjoanense de Ambulantes (ASA), reativada em 2016. Para ela, a iniciativa é boa e o atual governo tem aberto espaço para o diálogo. No entanto, o grupo aguarda um encontro com a prefeita Carla Machado para entender se o formato será o mesmo do anterior. Caso seja, a associação fará algumas propostas para melhoria, como por exemplo, a tabela de preços e produtos que são limitados.
Para Marivalda Silva, de 50 anos, ambulante há mais de 28, o projeto “Verão Balneário 2017” voltou a movimentar a praia sanjoanense, mas não favoreceu os ambulantes. Ela considera que para serem justos, os preços e produtos fornecidos pela empresa responsável precisam ser revistos. “Antes, a gente comprava a água, a cerveja, nos depósitos que conhecíamos, em um valor bem mais em conta e da forma que a gente podia pagar. No cartão, parcelado. Dessa forma, a gente fica preso, se quiser trabalhar, tem que aceitar o preço deles. Não lucramos quase nada”, ressaltou.
Atualmente, a ASA possui 137 associados.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Prefeitura de São João da Barra para saber um posicionamento, mas nenhuma resposta foi dada até o fechamento da edição.