O número de assassinatos registrados nas delegacias da cidade em 2017 foi reduzido, comparada com os números do ano de 2016. Ano passado foram contabilizados 247 mortes até o dia 30 de novembro, sendo 106 na área da 134ª Delegacia de Polícia do Centro e 141 na 146ª DP de Guarus. Em 2017, foram 57 na delegacia do Centro, frente aos 102 de Guarus. Uma redução em torno de 35,6%, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) fato considerado positivo entre as autoridades policiais da região. Já com relação a outros crimes comuns como roubo em comércio, transeuntes, latrocínio e estupro houve um aumento considerável. Campos é a 19ª cidade mais violenta do mundo em ranking divulgado pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal. A cidade subiu 20 posições no ranking em relação à lista divulgada em 2016.

À frente da 146ª DP há mais de quatro anos, o delegado Luis Armond lembra que apesar das dificuldades as metas foram alcançadas e os casos de grande repercussão na sociedade foram solucionados de forma rápida.

— Diante do contexto do país e do Estado do Rio e das muitas dificuldades que a segurança teve ao longo desse ano, os funcionários da 146ª DP atuaram de maneira firme, inclusive somos a delegacia que mais prendeu na região. Tivemos vários casos de grande repercussão que foram solucionados e nos dá a sensação de que o nosso dever foi e está sendo cumprido e de que não há impunidade. Houve diminuição no número de homicídios e, além disso, estamos em primeiro nas metas de cumprimento de índices de criminalidade que a Segurança coloca para premiação. Por isso, avalio esse ano de forma muito positiva — informou Armond.

Para o comandante do 8º BPM, tenente-coronel Fabiano Souza, o ano de 2017 foi de muito trabalho e de muitas conquistas. Para ele, a redução no número de assassinatos na cidade, garante um saldo positivo na área de atuação do batalhão.

— Mesmo em tempo de crise, em que o estado passou por um período muito complicado para trabalhar, mesmo assim o 8º BPM correspondeu bem no que diz respeito ao cumprimento de metas. A tropa entendeu que não seria por falta da gratificação que iríamos deixar de trabalhar. Nós temos uma tropa comprometida que mora na cidade e região. Conseguimos reduzir o número de assassinatos em Campos. Por isso, vamos romper o ano de 2017 positivamente no campo da segurança pública — disse o comandante.

Quanto ao tráfico de drogas, o comandante foi enfático em afirmar que através do trabalho em conjunto com a Policia Civil, foi possível desarticular um comando que permanecia por décadas.

— A Operação Constantinopla aconteceu nas comunidades da Portelinha e Tira Gosto e em alguns pontos de Guarus, subdistrito de Campos. Tivemos as prisões de vários cabeças do tráfico que travava uma intensa guerra com um dos seus principais gerentes. Diante do conflito, diversas mortes aconteciam, abalando o cenário de segurança pública, elevando as estatísticas de violência. Com a desarticulação foi possível diminuir o número de assassinatos, principalmente na área de Guarus — concluiu o comandante Fabiano.

Últimos — Na última semana do ano três homicídios foram registrados. No dia 28, Lucas Marvila Ribeiro de 18 anos foi assassinado a tiros, na frente do irmão, dentro da própria casa, na rua 13 no Nova Canaã, em Guarus, durante a madrugada. No dia 29, um adolescente de 15 anos foi assassinado em Travessão, Distrito de Campos. A vítima identificada como Matheus e estava com a avó, no ponto de ônibus, na Praça do Arraial quando foi abordado por dois homens numa moto. Matheus foi atingido com um tiro no peito. Os acusados foram presos horas depois na localidade de Guandu.

Campos foi considerada a 19ª cidade mais violenta do mundo em ranking divulgado em abril pela ONG mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal. A cidade subiu 20 posições no ranking em relação a lista divulgada em 2016. A piora significativa de colocação reflete os números alarmantes da violência no município. O estudo é realizado em municípios com mais de 300 mil habitantes e analisa dados sobre o número de assassinatos.

O Brasil foi o país com o maior número de cidades entre as 50 mais violentas do mundo em 2016. O país possui 19 municípios no ranking. Das 50 cidades da lista, 19 estão no Brasil, oito o México, sete na Venezuela, quatro nos Estados Unidos, quatro na Colômbia, três na África do Sul, duas em Honduras, uma em El Salvador, uma na Guatemala e uma na Jamaica, segundo a ONG.

Segundo a ONG, os níveis de violência na América Latina não são uma surpresa e refletem a impunidade. No Brasil, ela atinge 92% dos homicídios, na Venezuela, El Salvador e em Honduras.

As ocorrências de roubos a comércio e a assaltos a transeuntes teve um aumento em torno de 40,1%. A área central do município é a mais visada pelos bandidos, assim como latrocínio e estupros. A maioria dos casos ocorreu na área de atuação da 134ª DP tanto em 2016 quanto em 2017. Já pelas estatísticas do 8º BPM houve redução em torno de 18%.

Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que houve um aumento no número de roubos em torno de 40,1% em relação ao ano passado. Em 2016 a 134º registrou 318 roubos a transeunte. Na 146º foram 306, registrando um total de 623 pessoas roubadas nas ruas. Já esse ano a 134º computou 663 casos e na 146º foram 210, um total de 873. Para a PM muitos desses roubos foram registrados diretamente na delegacia, sem passar pelo registro dos policiais.