Obstáculos a caminho do Farol
Jane Ribeiro 16/12/2017 16:15 - Atualizado em 18/12/2017 13:43
Fluxo de veículos aumenta no verão
Fluxo de veículos aumenta no verão / Rodrigo Silveira
A RJ 216 é uma rodovia do estado do Rio de Janeiro, que tem 52 quilômetros de extensão e liga o município de Campos à praia de Farol de São Tomé, no litoral campista. Uma rodovia com bastante movimento de carros de passeio, caminhões, vans e ônibus, e que no período de fim de ano e verão recebe um fluxo praticamente duplicado de veículos. A Polícia Rodoviária Estadual vai aumentar o efetivo para atender a demanda nesse período já que, até chegar a praia do Farol, passa por muitas localidades. A rodovia conta com alguns obstáculos, como a falta de iluminação no trecho de Goitacazes, o que deixa os motoristas confusos e inseguros.
Com a chegada da alta estação, moradores das áreas urbanas migram para as regiões litorâneas na tentativa de minimizarem os efeitos das temperaturas elevadas. Todo ano eles encontram a rodovia em bom estado de conservação, mas com um número excessivo de quebra-molas, no total 45, e muitos deles sem nenhum tipo de sinalização. As placas que deveriam estar a 100 metros de distância, nem sempre existem ou muitas estão presas no poste em cima do quebra-molas. Isso deixa o motorista inseguro.
Esse foi o caso de Leonardo Castro. Segundo ele a distância de uma lombada para outra é muito pequena e sem sinalização danifica os carros.
RJ 216
RJ 216 / Rodrigo Silveira
— O maior problema é a noite que é impossível enxergar as lombadas. Eu mesmo, já bati com o fundo do carro porque não consegui identificar o quebra-molas. Acho que uma sinalização com o olho de gato ficaria mais visível e evitaria até mesmo acidentes graves — disse ele.
Outro problema encontrado foi na chegada da praia do Farol de São Tomé, próximo ao heliporto. O local está com um trecho com muitos buracos e com a chegada do verão a situação poderá ficar ainda mais complicada. Os motoristas são obrigados a desviar ou, às vezes, ocupar a pista contrária.
No entanto, nem tudo é crítica. Existe também quem acha que a RJ 216 não tem problema nenhum. Esse é o caso do comerciante Carlos Rocha. Ele tem um comércio à margem da pista e diz que o asfalto está bom e que a falta de sinalização não atrapalha quem já conhece a pista.
— Quem conhece a rodovia ou passa por aqui diariamente sabe os pontos onde estão os quebra-molas e isso não atrapalha em nada o fluxo. A gente que mora aqui teme sim o aumento do número de veículos e dos motoristas que não conhecem o trecho. Isso pode alterar a nossa rotina. Basta o motorista que não conhece o local ter mais prudência e evitar dirigir à noite — disse ele.
  • Buracos são obstáculos

    Buracos são obstáculos

  • Buracos são obstáculos

    Buracos são obstáculos

A equipe de reportagem tentou contato com o Departamento de Estrada e Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ), mas até o fechamento desta matéria nenhuma resposta foi enviada.
Conhecida como Estrada Campos-Farol, ou Estrada do Açúcar, já que em suas margens são encontradas diversas usinas, a RJ 216 é uma das estradas mais importantes do Norte Fluminense. Além de escoar a produção de açúcar, ainda há tráfego vindo do polo cerâmico, da atividade pesqueira e dos petroleiros que utilizam o heliponto do Farol de São Tomé.
Trecho em Goitacazes preocupa moradores
“O trecho é novo, a pista é considerada boa, mas não tem sinalização e muito menos está iluminada”. Esse é o desabafo do motorista Carlos Antônio Vieira. Ele está acostumado a passar pelo local diariamente e também à noite, mas com cautela, segundo ele.
— Moro em Goitacazes e utilizo esse trecho novo quase sempre, mas durante a noite fica muito perigoso passar por lá. A gente acaba ficando refém de assaltantes — informou ele.
Em nota, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que desde o início do ano, foi reforçada a sinalização horizontal e realizada reposição de placas de sinalização vertical, no trecho da Lourival Martins Beda. “Ocorre que, algumas destas sinalizações, vem sendo depredadas ou furtadas. Nestes casos, o IMTT orienta que a população comunique ao órgão sobre estas ausências, através do telefone (22) 981751160. O IMTT informa, ainda, que já iniciou novas ações para revitalização de sinalização, também, neste trecho”.
Quanto a falta de iluminação a superintendência de Iluminação Pública informou que todas as solicitações estão sendo protocoladas e, assim que houver liberação do edital de licitação, remetido ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), um novo cronograma de atendimento será estabelecido, para atender a esta demanda. O órgão vem buscando, através de parcerias, a possibilidade de reposição de lâmpadas em alguns trechos, até que seja concluído o certame. A superintendência disponibiliza os telefones (22) 98175 0931 ou 98126 0880 (WhatsApp) para atendimento à população.
Obra de duplicação demorou 5 anos
As obras de construção de acesso na RJ 216 tiveram início em 2011, com prazo de conclusão de 720 dias. O valor era R$ 56 milhões, depois aditivado mais R$ 23 milhões e no final, a mesma empresa recebeu R$ 4,9 milhões. Ela só foi entregue no final de 216, após cinco anos.
A obra incluiu infraestrutura, urbanização e tratamento paisagístico de duas avenidas marginais (vias auxiliares), desde o trevo da Penha até o Trevo da Rodovia dos Ceramistas.
Além das obras de infraestrutura, com galerias para drenagem da rodovia Campos-Farol nas duas avenidas marginais, o trecho entre o trevo da Penha e a entrada de Goitacazes também passou a ser dotado de uma segunda ponte sobre o Canal Coqueiros, em Donana, com rotatória e retorno. A ciclovia foi planejada no prolongamento da avenida 28 de março até Goitacazes, próximo à Usina também constam do projeto.

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