O professor Thiago Motta Venâncio, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), é um dos mais novos membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A Assembleia Geral na qual foram eleitos novos membros titulares, correspondentes e afiliados da ABC, que serão empossados em 2018, foi realizada na quinta-feira (6). No Estado do Rio de Janeiro foram escolhidos, ainda, os professores Leandro Miranda (UFRJ), Miguel Campista (UFRJ), Robert Morris (Impa) e Ulisses Barres de Almeira (CBPF).
Vinculado ao Laboratório de Química e Função de Proteínas e Peptídeos (LQFPP) da Uenf, Thiago é professor associado da universidade desde 2010. Mas sua estada na Uenf começou em 1998, quando ingressou como aluno de Graduação em Ciências Biológicas, curso no qual se formou em 2001. Em seguida, Thiago cursou o mestrado em Biociências e Biotecnologia da Uenf, concluído em 2004. Já o doutorado, na área de Bioinformática, foi feito na Universidade de São Paulo, tendo sido concluído em 2008.
– Considero importantíssima esta escolha para a Uenf, em particular porque fui aluno de graduação e mestrado da Uenf entre os anos de 1998 e 2004. A Uenf me preparou, assim como vem preparando muitos outros, para os desafios da vida profissional, tanto no meio acadêmico quanto fora dele. Ser membro da ABC constituirá uma ótima oportunidade de representação da UENF e da nossa região nesta prestigiosa entidade; uma chance de expor nossas virtudes e dificuldades diante dos graves problemas que temos sofrido nos últimos anos – afirma.
Thiago Venâncio atua nas áreas de genômica, biologia computacional e bioquímica. No laboratório, são utilizadas tecnologias genômicas e computacionais para estudar diversos problemas biológicos.
– Nossos projetos apresentam grande amplitude, indo desde o estudo de bactérias multirresistentes isoladas de pacientes internados em hospitais a sistemas moleculares que regulam o desenvolvimento de soja e insetos. A curiosidade move as nossas pesquisas e nos conduz frequentemente por caminhos interessantes e inesperados. A ciência motivada pela curiosidade é sempre mais prazerosa e carrega mais potencial de descobertas inovadoras – diz o pesquisador.
Para ele, a escolha como membro da ABC é muito mais do que um reconhecimento de carreira, mas, sobretudo, uma oportunidade de discutir um projeto nacional de ciência, em particular diante dos cortes absurdos e desproporcionais no fomento da ciência e tecnologia no Brasil.
– Não há espaço no mundo atual para desenvolvimento sustentável sem ciência e tecnologia. E a ABC vem fazendo um trabalho intenso no sentido de mobilizar a comunidade acadêmica e a sociedade em torno de propostas para o desenvolvimento do país. Nossa comunidade científica vem se fortalecendo e está pronta para responder às necessidades do Brasil. Mas, para que isto ocorra, é preciso investimento – finaliza. (A.N.)