Paula Vigneron e Jane Ribeiro
07/12/2017 14:01 - Atualizado em 08/12/2017 16:39
Após 12 dias de paralisação, funcionários da Rogil retornaram às atividades na manhã desta quinta-feira, em Campos. No entanto, apenas os ônibus que atendem a área urbana circulou. O proprietário da empresa, Gilson Menezes, explicou que a decisão pelo fim da paralisação aconteceu após uma audiência na Justiça do Trabalho, com a empresa e a Prefeitura de Campos. Ainda nesta quinta, uma operação para coibir as irregularidades no transporte de passageiros foi realizada pelo Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT), com apoio do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro). Dois ônibus foram apreendidos.
A empresa Rogil e a Prefeitura de Campos vivem um impasse devido à falta do repasse da segunda parcela de dezembro de 2016, no final da gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho. Os rodoviários da Rogil permanecem com salários atrasados. Segundo o proprietário da Rogil, o pagamento será feito após o acerto com o poder municipal.
Gilson Menezes afirmou que ficou acordado com a Justiça que a Prefeitura terá sete dias para comprovar o pagamento. Baseado no acordo, a área urbana coberta pela Rogil começou a ser novamente atendida. A previsão é que nesta sexta o serviço esteja normalizado. O empresário declarou, ainda, que é direito dos trabalhadores a paralisação devido ao atraso salarial, mas criticou a forma como foi feita: “Fizeram uma paralisação totalmente ilegal. Com certeza, para quem não voltar ao serviço hoje, vai ser providenciada a justa causa porque isso está previsto em lei. Por conta dessa paralisação, houve muitos problemas, como o quebra-quebra de ônibus na comunidade de Rio Preto, o que é muito estranho. Os ônibus ficaram lá porque há funcionários da comunidade. E não poderiam quebrar uma frota que atende o local. Há uma coisa estranha a ser descoberta porque não foi um movimento de reivindicação, e sim para depreciar um patrimônio que está a serviço deles”.
Ainda segundo Gilson, problemas relacionados ao transporte público fazem parte do cotidiano da cidade, mas pioraram nos últimos tempos com a suspensão da Passagem Social, devido à concorrência com o transporte alternativo. Com o cancelamento do programa, de acordo com o empresário, a frota transporta, na maior parte das vezes, os passageiros com direito à gratuidade, como estudantes, professores municipais e idosos, enquanto o restante da população utiliza vans e carros de lotada.
Em nota, a Procuradoria Geral do Município informou que está apurando se há débito com os consórcios de transporte coletivo, referente à gestão passada. “A Prefeitura esclarece que não há nenhum débito referente ao exercício de 2017. Só este ano, enquanto esteve em vigor o programa de passagem social, foram repassados cerca de R$ 22,6 milhões aos consórcios”.
Operação — Em continuidade a operação para coibir a circulação de transporte de passageiros irregular no município, o IMTT apreendeu nesta quinta-feira dois ônibus. Um da empresa São João e outro da Rogil — justamente no dia em que a empresa retornou a circular pela cidade. A apreensão foi pela falta do certificado de vistoria, que é obrigatório em todo o transporte público.
Segundo o presidente do IMTT, Renato Siqueira, as fiscalizações englobam todos os tipos de transportes de passageiros. “Não posso determinar que os agentes façam a fiscalização em cima de determinado carro — pirata, van, ônibus ou táxi. A fiscalização está postada e aquilo que os fiscais entenderem que tem que fazer, para cobrar o que tem que cobrar, será feito instintivamente. Existe uma regrar a ser cumprida. O município ofereceu aos consórcios uma oportunidade de se regularizar. Depois disso, o município contribuiu fazendo um reajuste das alíquotas de vistoria pela metade do valor que era. A fiscalização ocorre de maneira sem interesse nenhum, vai atingir todos da mesma forma”, informou. (P.V.) (J.R.)