Dora Paula Paes
09/12/2017 16:26 - Atualizado em 14/12/2017 18:25
O ano de 2017 caminha para o fim. Para o setor ligado ao petróleo a expectativa é de boas novas com a virada para 2018. A melhor notícia é que a Petrobras encerra o ano com a maior contratação de serviços desde 2014, quando foi atingida e teve sua estrutura abalada pelo que foi considerado o maior esquema de corrupção já visto no País e exposto pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O dinheiro das fraudes está voltando ao caixa da estatal, mas o que anima mesmo o interior, principalmente, os municípios da Bacia de Campos, é a retomada com investimento de R$ 3 bilhões na reforma 39 plataformas, ou seja, em 75% das 53 unidades existentes, muitas em campos maduros. Esse tipo de investimento também faz parte de luta travada por prefeitos da região.
Eleito no início de dezembro para a presidência da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), o prefeito de Campos, Rafael Diniz, que ocupará a partir de janeiro a função, ainda sobre a batuta do prefeito de Macaé, Doutor Aluísio, fala da árdua caminhada. Campos e outros municípios da Bacia sofreram em 2017 com queda na maior receita: a que vem do petróleo com Royalties e Participação Especial.
- Viemos durante toda nossa caminhada debatendo a questão dos royalties no contexto do município, indo ao encontro da Agência Nacional do Petróleo (ANP), da Petrobras, através de reuniões com os prefeitos da região e temos visto que a tendência é a melhoria. A sinalização, por exemplo, de novos investimentos já simboliza caminhos otimistas para o mercado do petróleo. Melhor ainda é quando recebemos notícias como o investimento para modernização das plataformas da Bacia de Campos, ou seja, temos maior garantia de que a receita dos royalties pode melhorar e, sobretudo, que poderá surgir maior oportunidade de emprego para a nossa região. Hoje, numa realidade em que tomo posse como presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) no ano de 2018, fico realmente satisfeito com essa retomada, mostrando novos horizontes, mas além disso, com o pensamento de que estes recursos devem ser aplicados com responsabilidade, o que não havia antes, e mesmo neste contexto, buscando outras alternativas para uma Campos além dos royalties - disse Rafael Diniz.
O primeiro momento a previsão é que o maior impacto positivo será no emprego, após fechamento de mais de 40 mil vagas. No momento, a Petrobras está realizando uma licitação dividida em três lotes para serviços em manutenção em 25 plataformas. Da concorrência participam 19 empresas nacionais e estrangeiras. A contratação, de acordo com a Petrobras, será concluída até abril, com movimentação de serviço a partir de junho de 2018. O montante do investimento será de R$ 1 bilhão e espera gerar mil vagas de emprego, das três mil já previstas para as reformas das plataformas pela Abespetro, associação que reúne empresas prestadoras de serviços para a indústria petrolífera.
No momento, a Petrobras realiza uma licitação com prazo de entrega de propostas para este mês, que envolvem serviços em 14 plataformas. O investimento também será na ordem de R$ 1 bilhão e abertura de mais mil postos de trabalho. Macaé, segundo o prefeito e atual presidente da Ompetro, Doutor Aluísio, a expectativa é que sejam gerados 25 mil empregos nos próximos anos, com revitalização dos campos maduros e os leilões feitos pela ANP.
Os empregos começam a pingar na área offshore. Campos e Macaé fecharam a semana com 100 vagas abertas, desde caldeireiro, pintor industrial, soldador, professor, entre outras funções, respectivamente, no Espaço da Oportunidade de Campos (54) e Central do Trabalhador (46).
Para o analista do setor de Petróleo, Wellington Abreu “realmente o grande beneficiário desse processo são os inúmeros desempregados do País e em receita temos Macaé ainda como município mais beneficiado no momento”.
Ele ainda ressalta que reforma de plataforma gera um grupo de empregos, porém, serviços de maior especialização e maiores salários, são outra fatia do mercado que não será absorvida agora pela Petrobras.
Também lembra que 2018 é ano eleitoral e questiona: “Todos investimentos são autorizados e planejados pelo governo federal. Será que não poderiam ser feitos antes?”.