Nascido no distrito de Santo Amaro, Fábio da Costa Barreto, 36 anos resolveu inovar. Aos poucos foram surgindo as peças, preparadas com material reciclado. O bambu gigante encontrado na natureza foi transformado em cinzeiros, as tábuas de caixa de frutas aos poucos receberam imagens da igreja com detalhes da cavalhada. E no dia 15 de janeiro os devotos que passarem por Santo Amaro terão a oportunidade de adquirir as peças de souvenir preparadas pelo jovem.
— Nunca fiz curso, aprendi sozinho vendo outros artesãos preparando peças e resolvi testar e aí comecei a fazer as primeiras peças. Hoje meu material é totalmente reciclado. Tábuas de caixas de frutas eu transformo em tábuas desenhadas, pedaços de bambu gigante viram cinzeiros, mas em tudo a marca de nosso padroeiro, devoção que tenho desde criança — explicou o artesão.
Autodidata, o jovem artesão tem aperfeiçoado a técnica. Da primeira peça produzida ainda recorda e aposta na criatividade. Para preparar as peças, Fábio usa as horas vagas em seu trabalho. O que foi uma opção de geração de renda se tornou paixão e hoje Fábio se transformou num artesão. Busca a cada dia aperfeiçoar a técnica de pirogravura para retratar um pouco da devoção ao santo, que recebeu dos familiares.
— Descobri esse dom há pouco tempo: faz dois anos. Estava procurando alguma coisa para fazer para aumentar a renda familiar. Um dia sentado ali na praça de Santo Amaro peguei um tábua de caixote e olhando para a igreja comecei a desenhar aí comprei um pirógrafo e comecei a queimar os desenhos e tudo deu certo. Aí comecei a fazer artesanato com material descartável, caixote e bambu e outros materiais. Foi assim minha história — conta Fábio.
Empolgado com as peças que surgia a partir da criatividade, Fábio se lançou no mercado e conta que a experiência deu certo e guarda a primeira peça produzida. Hoje prepara cinzeiros, porta incenso e tudo que encontra transforma em peças exóticas. Atualmente, o artesanato é uma atividade cultural e visa oferecer aos devotos uma lembrança original com material encontrado na natureza. A receita é a criatividade o que não falta no jovem.
— Além das peças de artesanato, tenho produzido em madeira peças para decoração. Foi uma experiência muito interessante e que tornou uma paixão que pretendo cultivar. Uma arte que aproveita o que a natureza oferece, sem desmatar. Primeiro os caixotes, depois veio o bambu e até os cocos secos transformo – revela.
Uma história de superação e criatividade e Fábio pensa em preparar uma exposição com seus trabalhos para o período da festa. E fala de projetos para aperfeiçoar novas técnicas. Trabalhos que registram momentos da tradição popular que fazem parte do seu universo desde criança no distrito de Santo Amaro. (A.N.)