Muitos adolescentes campistas vão correr a partir desta quinta-feira (28) para salas de cinema a fim de assistir “Jumanji: Bem-Vindo à Selva”.
Segundo observadores, mexer em determinados filmes pode ser um grande risco, principalmente quando se trata de produções nostálgicas, com uma base de fãs muito consolidada. Existem casos que funcionam, trazendo uma necessária atualização. Porém, quando não funcionam, o filme pode cair em desgraça, tanto dos críticos quanto do público. Fazendo parte do grupo que cresceu assistindo filmes na “Sessão da Tarde” e no (saudoso) “Cinema em Casa”, é uma grande satisfação dizer que “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” não apenas respeita o filme original de 1996, como cria um novo cenário para um clássico da infância.
Desta vez a aventura acontece no meio digital. O tabuleiro se transforma numa fita de vídeo-game que transporta os jovens Spence (Alex Wolff, de “My Friend Dahmer”), Fridge (Ser’Darius Blain, de “Além da Escuridão: Star Trek”), Bethany (Madison Iseman, de “Wild for the Night”) e Martha (Morgan Turner, de “Sem Fôlego”) para dentro do jogo, no reino de Jumanji. Lá eles se transformam em seus avatares: Dr. Smolder Bravestone, Moose Finbar, Dr. Shelly Oberon e Ruby Roundhouse — Dwayne Johnson (“Velozes e Furiosos 8”), Kevin Hart (“Pets – A Vida Secreta dos Bichos”), Jack Black (“Kung Fu Panda 3”) e Karen Gillan (“Guardiões da Galáxia Vol. 2”), respectivamente — e precisarão usar as habilidades especiais de cada um para, juntos, salvarem o local do terrível vilão, Van Pelt (Bobby Cannavale, de “Eu, Tonya”).
Antes de qualquer coisa, é válido ressaltar a estima que o diretor Jake Kasdan (“Sex Tape: Perdido na Nuvem”) teve com o filme original. Todos os eventos desta nova obra, no mínimo, prestam uma justa homenagem ao antecessor.
Com um roteiro criativo e bem elaborado, o longa entrega ótimas situações de uma forma bem amarrada. Por não se levar a sério demais, há espaço para exageros também, mas tudo condizente com a proposta do filme e com as regras estabelecidas ao longo das cenas. O público entende as regras do jogo junto com os atores, uma forma inteligente e eficaz de explicar o que acontece, sem menosprezar quem está assistindo. Naturalmente, não se trata de uma obra com muitas camadas. Porém, dentro de sua simplicidade, é tudo encarado com seriedade na técnica e divertimento na execução, principalmente pelo quarteto principal.
Aliás, é justamente este quarteto que carrega o filme. Os atores tem carisma para cativar o público e química para as situações entre eles. E mesmo tendo Dwayne Johnson assumindo um discreto protagonismo, de modo geral ninguém sobra ou falta ao longo da película.
Mas há mais do que apenas carisma da parte dos atores. Há uma entrega satisfatória, levando em conta que eles são apenas avatares de pessoas com personalidades completamente distintas das que aparentam em Jumanji. Spencer é um nerd tímido, Fridge é o jogador de futebol americano convencido, Bethany é a patricinha fútil e Martha é garota sem jeito e inteligente. Essas características são entregues de maneira extremamente competente pelos atores. Mais do que isso, cria momentos naturalmente divertidos. “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” é sem dúvida uma das melhores comédias feitas nos últimos anos.
Também entra em cartaz nesta quinta-feira “Roda Gigante”. Permanecem em exibição os filmes “Liga da Justiça”, “Star Wars — Os Últimos Jedi”, “A Estrela de Belém”, “Fala Sério, Mãe!”, “Extraordinário”, “Rei do Show” e “As Aventuras de Tadeo Jones 2”. (A.N.) (C.C.F.)