"Star Wars: Os Últimos Jedi"
13/12/2017 18:59 - Atualizado em 16/12/2017 13:47
Entre as estreias desta quarta-feira (14) nos cinemas de Campos dos Goytacazes, as atenções se voltam para “Star Wars: Os Últimos Jedi”.
Trata-se do segundo título da terceira trilogia da franquia, e se seu capítulo anterior era marcado pela sombra de uma antiga tradição, esse chega aos cinemas após a Disney — a nova mandatária desse título — fazer com que a saga seja um constante de produto de sua enorme variedade de franquias. Óbvio que Star Wars sempre será Star Wars e suas narrativas principais sempre serão aguardadas, mas o que se vê nesse oitavo capítulo, tanto em sua produção, quanto nas ideias inseridas no filme, é que o longa é um impactante produto de seu tempo.
“Os Últimos Jedi” é um filme da incerteza, onde as fronteiras entre o lado da luz e da sombra parecem ser borradas a todo o tempo. Não é à toa que tantas teorias surgiram especulando quem seria o vilão, ou o jedi desse novo filme. O que se vê então é uma batalha em diversas frentes e personagens que parecem realmente não saber que caminhos podem recorrer, esperando que alguma fagulha de esperança realmente apareça por ali. Rey procura entender suas forças, objetivos e até mesmo seu passado, em busca de um mestre tão confuso quanto ela, um Luke que não deseja ser mais lenda e incapaz de acreditar na distinção entre essas forças. Os rebeldes estão tentando se manter vivos na resistência, enquanto parecem mais cercados pela Primeira Ordem, e até mesmo ali surgem dúvidas se todos estão caminhando a um mesmo objetivo. Até o próprio antagonista, Kylo Ren se mostra questionado por si próprio, pelo seu mestre e até mesmo pelas forças benignas que aparecem ao seu redor.
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Esse ambiente de incerteza faz com que “Star Wars: Os Últimos Jedi” possua um de seus pontos mais interessantes. Se a trilogia clássica dizia respeito a um bem que pode surgir de uma terra semeada pelo mal. A trilogia de George Lucas comentava o nascimento do lado sombrio no lugar mais improvável. Esta, principalmente nesse filme, mostra que esses dois lados não são tão diametralmente opostos, mas que um está sempre acompanhando o outro, quando não habitando o mesmo espaço e também se confundindo. Talvez por isso seja um dos episódios mais realistas, no trabalho de seu tema e de seu tom. A Galáxia tão distante passa pelas mesmas dúvidas que esse tão conturbado período histórico, com líderes que não podem ser seguidos, caminhos que parecem inexistentes, resistências que se mostram acuadas e uma dúvida generalizada em relação a quem se pode confiar.
Não é à toa, por exemplo, que exista no filme um personagem como DJ, interpretado pro Benício Del Toro, um codificador encontrado por Finn para desarmar um rastreador dentro de uma nave inimiga. Um ser que mostra o tempo todo que ele está ali apenas porque o personagem de John Boyega pode pagar pelos seus serviços, deixando evidente que essa definição entre bem e mal, mocinhos e bandidos é apenas uma questão de ponto de vista.
É bem verdade que “Star Wars: Os Últimos Jedi” é um filme recheado de personagens, com muitas narrativas secundárias, com enormes conflitos e tudo isso faz com que a narrativa escrita por Rian Johnson demore para se desenrolar, e até mesmo demonstre algumas barrigas, deixando algumas narrativas mais curtas que outras e nem sempre todas estando no mesmo clima, algo que faz com que seja sentido certo descompasso rítmico.
Permanecem em cartaz “Os Parças”, “Liga da Justiça”, “A Estrela de Belém”, “Assassinato no Expresso Oriente” e “Extraordinário”. (A.N.) (C.C.F.)

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