Jhonattan Reis
12/12/2017 18:29 - Atualizado em 14/12/2017 16:22
Última sessão do ano do Cineclube Goitacá acontece nesta quarta-feira (13). Quem comanda a exibição é o psicólogo, professor e dentista Luiz Fernando Sardinha, que apresenta o drama “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (Moonlight, 2016), do diretor Barry Jenkins. A sessão, que tem entrada gratuita, tem início às 19h, na sala 507 do edifício Medical Center — localizado na esquina das ruas Conselheiro Otaviano e Treze de Maio, no Centro de Campos.
“Moonlight: Sob a Luz do Luar” trata de três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas, o longa-metragem é um poético estudo de personagem.
Sardinha descreveu o filme como “maravilhoso” e disse que acredita que haverá um bom debate pós-sessão.
— Esta obra tem uma temática que está muito em discussão. Ela aborda a discriminação contra negros, homossexualismo, bullying, relação entre mãe e filho, juventude desprotegida, diferenças sociais. Inclusive, apesar de ser um filme americano, passado em Miami, a gente vê que é muito gritante a desigualdade, mesmo se tratando de uma superpotência social como são os Estados Unidos. São várias questões atuais que têm sido muito discutidas na sociedade ultimamente sendo trabalhadas no mesmo filme.
De “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, longa-metragem que venceu o Oscar este ano em três categorias — Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali) —, o apresentador da noite destacou o trabalho dos atores.
— Deles, principalmente o ator principal, que interpreta um garoto muito oprimido. O personagem é uma pessoa de poucas palavras, mas a representação é ótima. O ator transmite muita coisa só com a postura dele. É como se ele falasse sem texto. Achei muito interessante isso. A atriz que vive a mãe dele também está ótima. Trata-se de uma mulher drogada, mas que no final entende o quanto ela fez falta na vida do menino.
Luiz Fernando Sardinha comentou que este foi o primeiro filme de Barry Jenkins que ele assistiu.
— Nunca tinha visto o trabalho deste diretor. Mas, fazendo pesquisas, entendi que ele se inspirou muito no estilo do Spike Lee (cineasta, escritor, produtor e ator) no sentido de defender a raça negra.
Sardinha também falou sobre a impressão inicial após assistir a “Moonlight: Sob a Luz do Luar” pela primeira vez, no ano passado.
— O que me bateu logo foi essa questão da desigualdade social. Isso sempre afeta a gente. Discriminação é algo muito gritante. A diferença de poder aquisitivo entre as pessoas é preocupante. Foi um filme muito marcante para mim. As partes que mostram a questão familiar também me tocaram. Isso leva à reflexão sobre o quanto uma família “normal” fez falta para a vida desse menino. A que ponto o meio em que a pessoa vive interfere no que ela será quando adulta. Causa muitas reflexões.