Jhonattan Reis
04/12/2017 17:49 - Atualizado em 06/12/2017 16:30
Em 1963, o adolescente Aristides Arthur Soffiati começara a escrever sobre cultura infanto-juvenil, logo após dar início a leituras sobre folclore. O assunto virou uma paixão e foi alvo de vários escritos nos anos seguintes. Todos esses relatos e outras informações que foram consequência deles viraram um livro que Soffiati, hoje pesquisador, professor e ambientalista, lançará nesta quarta-feira (6), a partir das 18h, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos. “No Tempo do Folclore”, lançado pela editora Autografia, é dividido em quatro partes.
— A primeira delas reúne artigos publicados e inéditos sobre manifestações infanto-juvenis no Brasil todo e, ainda, até algumas comparações fora do país. Na segunda, falo da cidade do Rio de Janeiro. A seguinte, a terceira, é relativa ao Norte Fluminense, sendo basicamente sobre Campos e São Fidélis (ele morou nesta entre 1968 e 1969). Já na quarta e última há as correspondências que mantive com folcloristas brasileiros de diversas cidades e estados do Brasil — explicou o autor.
Cinquenta e quatro anos atrás, Arthur, brincando, percebeu que o que fazia como diversão poderia ser estudado.
— Eu era só um adolescente que se divertia com jogos infanto-juvenis no subúrbio do Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro Padre Miguel. Aquilo era uma brincadeira, mas, depois de começar a ler sobre folclore, entendi que tudo poderia ser, também, alvo de estudos e, por isso, ao invés de só jogar, eu comecei a observar aquilo tudo e fazer apontamentos. Logo comecei a redigir artigos com base nesses apontamentos.
Nos anos seguintes, Soffiati escreveu vários artigos. A maior parte deles foi redigida na década de 1970, lembra ele.
— Isso a partir do amadurecimento que obtive nesse tempo. Desses artigos, alguns foram publicados, mas a maioria não. Ficaram guardados. Nos anos seguintes de estudo, mantive correspondência com vários estudiosos de folclore do Brasil. E as cartas que recebi deles também estão nesse livro, na quarta parte, como disse. Então, mais recentemente, eu retomei todos os apontamentos que fiz, além das cartas com os correspondentes, e dei um acabamento final.
Aristides Soffiati, hoje com 70 anos, comparou a época em que começou a escrever os artigos que formam “No Tempo do Folclore” com o tempo atual.
— Obviamente, mudou muito. No livro, estou falando de uma época que praticamente não existe. Naquele tempo, por exemplo, éramos artesãos, fabricávamos nossos próprios brinquedos. Hoje em dia não existe mais isso. Você compra tudo pronto. Até coisas como pipa as pessoas compram prontas hoje em dia. Isso sem contar a parte eletrônica, que está dominando o tempo dos adolescentes atualmente. Hoje, tudo está na internet, aplicativos e jogos eletrônicos. Na verdade, o livro é um testemunho daquele tempo, que, cada vez mais, está desaparecendo.
O autor explicou que “No Tempo do Folclore” estará à venda quarta-feira, podendo ser adquirido por R$ 20.
— E o lançamento acontece na tenda da UFF, que fica logo na entrada da universidade. É bem fácil de achar — explicou.