A mais nova moda em Campos neste final de ano é interditar a BR-101, prejudicando o direito de ir e vir das pessoas em uma rodovia federal, uma das mais importantes do país. Na semana passada, a manifestação foi em Ururaí, com moradores que invadiram as casinhas populares não concluídas no governo anterior reclamando de falta de luz.
Descobriu-se que na verdade a falta de luz era fruto de um corte executado pela Ampla em gatos feitos em ligações clandestinas por estes moradores/invasores. Apesar dos vários crimes cometidos, como invasão, ligação clandestina de luz e interdição de uma rodovia federal, ninguém foi preso.
Ontem a BR-101 foi interditada no km 16 na altura de Travessão por moradores que reclamavam de falta de água em área que é abastecida pela Prefeitura de Campos (confira
aqui). A área não é coberta pelo contrato de concessão com a Águas do Paraíba. A interdição durou 5 horas e causou engarrafamento de 4 quilômetros.
Neste caso, o motivo era totalmente justo, mas a maneira encontrada para protestar causou danos a centenas de pessoas que nada tem a ver com o problema. Carros ainda desviaram por dentro de Travessão, mas ônibus e caminhões ficaram horas esperando, atrasando a vida de quem transportava cargas e passageiros em pleno período de fim de ano.
Hoje novamente o motivo é falta d´água. Moradores do Parque Aeroporto, na altura do km 58 da BR-101, inspirados pelo movimento de ontem, fecharam a rodovia para protestar (confira
aqui). Ainda que sejam justas as reclamações, muitas deles referentes a condições básicas de sobrevivência, não se pode tirar o direito de ir e vir e é injusto penalizar quem nada tem a haver com o problema.
Os campistas que tiverem como destino Guarapari e as praias capixabas neste fim de ano devem se preparar, assim como os viajantes que buscam ir ao Nordeste de carro, bem como ônibus e caminhões que transportam cargas e passageiros pela BR-101.
Enquanto isto, o poder público federal assiste inerte ao fechamento contínuo de uma das principais rodovias federais do país.