Ex-governadores atrás das grades
28/11/2017 10:08 - Atualizado em 30/11/2017 15:55
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
No Fantástico
Preso três vezes em pouco mais de um ano e com o nome citado já em três delações — Odebrecht, JBS, Lúcio Funaro — o ex-governador Anthony Garotinho não escapa da famosa piada que viralizou: “Já pode pedir música no Fantástico”, neste caso duas. Mas não foi este o motivo que o levou a ser destaque no programa dominical da Globo. Imagens inéditas dele e dos outros ex-governadores Sérgio Cabral (PMDB) e Rosinha Garotinho (PR) em Benfica foram mostradas. Também apareceram os presidentes da Alerj, Jorge Picciani, de seu filho Felipe, e do ex-secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes.
Bastidores
As imagens foram filmadas na última quinta-feira, durante inspeção do Ministério Público Estadual. Em uma das cenas, Garotinho conta às promotoras como teria sido agredido antes de ter sido transferido para um presídio de segurança máxima para idosos em Bangu 8. Apesar dos detalhes relatados pelo ex-governador, sua versão não foi confirmada até o momento. Outras cenas destacadas pelo Fantástico ressaltam como estaria sendo a convivência de Rosinha Garotinho com a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, esposa de Cabral, que dividem a mesma cela. As possíveis regalias a Sérgio Cabral e outros presos também foram destaques.
“Caça-Fantasma”
O cerco a Garotinho também começa a se fechar em outro escândalo. Veio à tona que ele prestou depoimento dentro das investigações de outra operação, a “Caça-Fantasma”, que tinha como alvo o empresário Fernando Trabach Gomes, apontado como responsável por usar uma pessoa fictícia, George Augusto Pereira da Silva, para cometer crimes licitatórios e contra a ordem tributária. O “fantasma” aparecia como proprietário da empresa GAP, que tinha contrato com a Prefeitura de Campos, durante a gestão Rosinha, para locação de ambulância. Trabach chegou a ser preso em agosto último dentro da “Caça-Fantasma” e, de novo, na última sexta-feira, na operação Mercado de Ilusões.
Revelação
O depoimento de Garotinho na “Caça-Fantasma” se tornou notícia depois que o promotor de Justiça Claudio Calo, citado em depoimento à Polícia Civil por Garotinho, divulgou nota afirmando que esteve com o ex-governador “para prestar informações e para a colheita de depoimento oficial, nas dependências do Ministério Público do Estado do Rio, após a deflagração da operação denominada Caça Fantasma”. Em nota, Calo afirma que em nenhum momento teve conversa informal com o político. Garotinho citou o nome do promotor durante depoimento nessa sexta-feira, na 21ª DP (Bonsucesso), sobre supostas agressões que teria sofrido na cadeia.
Questionaram
A defesa do vereador afastado Vinícius Madureira (PRP) e da suplente Cecília Ribeiro Gomes (PT do B) pediu ontem, durante audiência da ação penal em que são réus na Chequinho, que o delegado da Polícia Federal (PF) Paulo Cassiano fosse intimado para prestar depoimento. Durante o depoimento, algumas testemunhas de acusação questionaram a conduta de Cassiano durante a colheita de provas nas investigações, mas se contradisseram em alguns momentos, o que levou o juiz Ricardo Coimbra a questionar se houve algum tipo de orientação. Os depoentes negaram e o magistrado indeferiu o pedido da defesa com a alegação de que o nome de Paulo já está no processo desde o início e nunca antes houve a intenção de convocá-lo.
Huck fora
O apresentador da TV Globo e empresário Luciano Huck garantiu, ontem, que não será candidato à Presidência da República, em 2018. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, ele afastou as especulações sobre a sua candidatura e disse que está fora da corrida presidencial. Huck destacou que seus pais, sua mulher, Angélica, seus filhos, familiares e amigos próximos o impediram que se “deixasse levar pelos sons dos chamados quase irresistíveis”. Huck reforçou a visão de que é fundamental “sair da proteção e do conforto das selfies no Instagram para somar forças na necessária renovação política brasileira” — o que está bem distante, segundo ele, de postular uma candidatura a presidente.
Frustração
Ainda segundo ele, “o momento de total frustração com a classe política e com as opções que se apresentam no panorama sucessório levou o nome dele a um lugar central na discussão sobre a cadeira mais importante na condução do país. (...) Huck disse ainda que sua reação natural ao ver seu nome apontado, sem tê-lo oferecido, foi “tentar entender melhor do que se tratava”. Ele voltou a frisar que sua geração hoje trabalha e inova “com vigor em muitas frentes”. “Mas, pela política, tem feito pouco”.
Charge
Charge / José Renato

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