Poder do Rio atrás das grades
28/11/2017 09:17 - Atualizado em 28/11/2017 15:44
  • Cabral com alimentos importados e caros em cela

    Cabral com alimentos importados e caros em cela

  • Rosinha está na mesma cela que mulher de Cabral

    Rosinha está na mesma cela que mulher de Cabral

  • Ao MP, Garotinho contra ter sido agredido

    Ao MP, Garotinho contra ter sido agredido

  • Adiana Ancelmo e Rosinha Garotinho na mesma cela

    Adiana Ancelmo e Rosinha Garotinho na mesma cela

É Fantástico! O programa mostrou, na noite de domingo (26), imagens inéditas do poder do Estado do Rio atrás das grades. E revelou detalhes da vida dos ex-governadores Anthony Garotinho (PR), Sérgio Cabral (PMDB) e Rosinha Garotinho (PR) na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Também são mostradas cenas do presidente da Alerj, Jorge Picciani, de seu filho Felipe, e do ex-secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes. Garotinho foi transferido para Bangu 8, após afirmar ter sido agredido por um loiro alto na madrugada de sexta-feira. Nesta segunda-feira (28), agentes prestaram depoimento sobre a suposta agressão e afirmaram ser “quase impossível”. Porém, entre as cenas, uma das que mais chamou a atenção foi a que aparece Rosinha dividindo a cela com a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo - os maridos de ambas são inimigos políticos.
As imagens foram filmadas na última quinta-feira (23), durante inspeção do Ministério Público Estadual. Em uma das cenas, Garotinho aparece atrás das grades, contando às promotoras como teria sido agredido na madrugada de sexta-feira (24). Segundo ele, um homem loiro, alto com um porrete o teria agredido dentro da cela.
Há uma imagem em que o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, um dos alvos de denúncias de Garotinho, aparece atendendo o ex-governador após a suposta agressão.
Em seguida, é mostrada a inspeção na cela onde estão, entre as detentas, a ex-governadora Rosinha Garotinho e a ex-primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo. Garotinho e Sérgio Cabral, marido de Adriana, são inimigos e Garotinho temia por sua integridade física por ficar no mesmo espaço do ex-governador.
Sobre isso, a defesa de Rosinha Garotinho afirmou à imprensa: “Eu até perguntei para a Rosinha ontem, e ela não solicitou transferência. Não há nenhuma situação de constrangimento entre elas”, disse o advogado Carlos Azeredo.
E, por fim, a inspeção na cela de Cabral, onde foram encontrados alimentos não permitidos na cadeia, como queijos importados que custam quase R$ 280, iogurtes e bolinhos de camarão e bacalhau. Uma das embalagens tinha o nome de Sérgio Cabral. Nos baldes, havia refrigerante, mate e iogurte. Sérgio Cabral alegou que o iogurte é vendido na cantina da prisão.
Os promotores resolveram deixar o iogurte e alguns itens que podem ser levados pelas famílias, como pão. Mas recolheram a maior parte dos alimentos. O Ministério Público investiga como os produtos chegaram às celas.
Sobre o ex-governador Sérgio Cabral, ainda é mostrado o ex-governador conversando, em sua cela, com Jorge Picciani, com as portas abertas. (S.M.)
Suposta agressão é “quase impossível”
Agentes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) que trabalham na cadeia de Benfica, onde estava preso Anthony Garotinho, prestaram depoimento nesta segunda-feira (27) ao delegado Wellington Vieira, da 21ª DP (Bonsucesso). Todos, segundo ele, disseram que a suposta agressão ao ex-governador é “quase impossível” de ter ocorrido. O delegado afirmou que vai analisar as imagens e, talvez, pedir perícia.
Além deles, prestou depoimento também nesta segunda (27) o diretor em exercício da unidade. De acordo com as testemunhas, o segundo andar — onde ficam as galerias A, B e C — é ainda mais difícil de ser acessado. O delegado ainda pretende ouvir mais servidores do presídio e o ex-secretário de Saúde, Sergio Côrtes, que também está preso.
De acordo com o delegado, “Os depoimentos dos servidores foram convincentes, e divergentes do depoimento do preso. Eles garantiram que é quase impossível alguém invadir a cadeia e chegar ao segundo andar sem ser visto”.
Garotinho reclama de suposta agressão
Garotinho reclama de suposta agressão / Reprodução de vídeo
HC da Caixa d’água pode ir para Tarcísio
Os Habeas corpus (HC) que já tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a liberdade dos presos na operação Caixa D’água podem ser julgados pelo ministro Tarcísio Vieira, que já foi advogado de Rosinha Garotinho durante sua segunda cassação quando era prefeita de Campos, em 2011. Aquela, em que Rosinha se recusou a deixar o cargo e chegou a acampar no pátio da Prefeitura.
Em HC impetrado pelo advogado Thiago Godoy, que pede sua libertação, e nos de Antônio Carlos Rodrigues, presidente nacional do PR, e de seu genro, Fabiano Alonso, ambos foragidos e que querem a revogação do pedido de prisão, o ministro Jorge Mussi - até agora relator do caso - sugere que os pedidos de liberdade sejam passados para Tarcísio Vieira, que já julgou vários processos de Campos.
Diz o ministro Jorge Mussi: “Referida ação penal cuida de supostos ilícitos cometidos no curso de campanhas eleitorais nos anos de 2010, 2012, 2014 e 2016, envolvendo omissões de despesas em prestações de contas... com destaque para disputa do cargo de prefeito de Campos dos Goytacazes/RJ na campanha de 2016”.
E acrescenta o ministro Jorge Mussi no despacho encaminhado ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. Será Mendes que decidirá sobre a “sugestão” de passar para Tarcísio Vieira: “Em consulta ao sítio do Processo Judicial Eletrônico (PJE), verifica-se que a e. Ministra Luciana Lóssio - e, a posteriori o e. Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, seu sucessor nesta Corte - relataram inúmeros casos penais envolvendo as campanhas majoritária e proporcionais no Município de Campos dos Goytacazes nas Eleições de 2016...”
“Nesse contexto, e considerando, ainda, o disposto no art. 260 do Código Eleitoral2 submeto os autos à Presidência desta Corte Superior a fim de que decida acerca de eventual prevenção do e. Ministro Tarcísio Vieira de Carvalho Neto”.
Antes de Mussi, quem havia sido escolhido por sorteio para ser relator era o ministro Luiz Fux, mas este declarou-se impedido. O HC do advogado Thiago Godoy foi encaminhado à presidência do TSE para novo sorteio, quando foi escolhido Jorge Mussi.

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